O ex-governador do Tocantins Mauro Carlesse (Agir) preso na manhã de domingo (15) em uma fazenda no município de São Salvador, sul do estado, após decisão da 3ª Vara Criminal de Palmas. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Márcio Soares da Cunha, que nomeados de um plano de fuga internacional envolvendo Carlesse e seu sobrinho Claudinei Quaresemin, ex-secretário de Parcerias e Investimentos.
De acordo com a decisão judicial, Carlesse conseguiu emitir uma identidade uruguaia e um passaporte italiano, além de obter autorização de residência permanente no Uruguai. Documentos anexados ao processo mostram que o ex-secretário Quaresemin teria providenciado esses trâmites, incluindo o envio de uma foto da identidade Uruguai de Carlesse em abril de 2024 e a comunicação, em junho, de que o pedido de residência no Uruguai havia sido aprovado.
A investigação também revelou conversas sobre envio de dinheiro ao exterior e tratativas para alugar uma casa na Itália, utilizando o nome de uma dependência. Carlesse, inclusive, veio elaborar usando um endereço na Itália para constituir advogados e requerer documentos para familiares.
Quaresemin, preso desde o dia 10 de dezembro por mandato da Justiça Federal em outra operação, também teve uma prisão preventiva decretada no mesmo processo que envolve Carlesse. O pesquisador acredita que ambos estavam prontos para fugir para o Uruguai ou para a Itália, utilizando os documentos estrangeiros obtidos.
Histórico de investigações
Carlesse é alvo de diversas operações que investigam suspeitas de corrupção e desvios de recursos públicos. Entre elas estão as operações Hygea e Éris , que apuram esquemas de pagamento de propinas no plano de saúde dos servidores públicos e no equipamento político da Polícia Civil, respectivamente.
Na decisão, o juiz destacou que a prisão preventiva foi necessária para garantir a aplicação da lei penal e evitar o risco de fuga. “Evidencia-se a necessidade de se resguardar a instrução criminal e a aplicação da lei penal através da prisão cautelar antes que os acusados empreendam fuga para o exterior”, afirmou.
Transferência para Palmas
Após a prisão, Carlesse foi transferido para uma carceragem em Palmas, onde passou por audiência de custódia na tarde do mesmo dia. O mandado de prisão foi cumprido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPTO).
A defesa de Mauro Carlesse ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações. Já a Justiça segue investigando outros desdobramentos do caso, que podem envolver mais pessoas e esquemas relacionados.
