A Prefeitura de Parauapebas informou, nesta quarta-feira (7), que o caso inicialmente suspeito de Mpox (antiga varíola dos macacos) atendido na UPA do município foi descartado após resultado negativo emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Pará (LACEN/PA). O diagnóstico final apontou para varicela (catapora), infecção viral comum na infância, e que também pode afetar adultos. A gestão municipal assegura que não há registro confirmado de Mpox em Parauapebas até o momento.
Embora a confirmação traga alívio, a condução do caso levanta questionamentos sobre a comunicação oficial e a transparência no processo de notificação e acompanhamento de possíveis doenças emergentes. A prefeitura não detalhou se houve rastreamento de contatos próximos do paciente, nem como foi conduzido o isolamento, o que impede uma avaliação clara sobre a eficácia das medidas de contenção adotadas. Diante de um cenário nacional de vigilância reforçada para casos de Mpox, a omissão de etapas do protocolo pode comprometer a confiança da população.
Outro ponto sensível é a ausência de informações públicas mais amplas durante o período de espera pelo resultado, o que dificulta a adesão da comunidade às medidas preventivas. O discurso da Semsa enfatiza a importância da prevenção, mas não aponta, por exemplo, se houve campanhas de esclarecimento, reforço de insumos nas UBSs ou ações específicas voltadas à capacitação das equipes para o manejo de doenças de notificação obrigatória, como a Mpox.
Se por um lado o município reitera que está monitorando a situação, por outro, o silêncio institucional nas etapas mais críticas do caso expõe a fragilidade da comunicação de risco em saúde pública. Em tempos de desinformação e desconfiança generalizada, a gestão Aurélio Goiano precisa demonstrar mais do que prontidão: é preciso transparência ativa, diálogo aberto com a comunidade e compromisso com a informação clara e acessível.
