
O ex-deputado estadual e ex-vereador Antônio Alexandre Filho foi condenado, no último dia 18 de março de 2025, pelo Tribunal do Júri de Augustinópolis, na região do Bico do Papagaio, a 30 anos e 11 meses de prisão em regime inicialmente fechado. A sentença foi proferida pelo juiz responsável pelo caso, após julgamento que analisou a tentativa de homicídio contra Maria das Graças Vogado da Silva e Marcus Antônio Rodrigues de Melo, ocorrida em 30 de setembro de 2010. Além da pena de prisão, o réu foi condenado a pagar R$ 100 mil em danos morais e materiais a Maria das Graças e R$ 500 mil a Marcus Antônio.
O crime aconteceu no estabelecimento comercial conhecido como “Antônio da Skol”, localizado na Praça Augusto Cayres, no centro de Augustinópolis. Segundo a denúncia do Ministério Público, Antônio Alexandre atacou as vítimas com golpes de faca, motivado por ciúmes. O inquérito revelou que o ex-deputado mantinha um relacionamento com Maria das Graças e não aceitava o fim da relação, o que o levou a fazer ameaças constantes. Na noite do ataque, ao encontrar a ex-companheira acompanhada de Marcus Antônio em um bar, ele os seguiu até outro local e desferiu facadas no peito de ambos.
Após a agressão, Maria das Graças conseguiu pedir socorro a uma viatura da Polícia Militar que estava próxima, denunciando o agressor. Antônio Alexandre fugiu de carro, mas foi localizado e preso nas proximidades de Axixá, ainda no Bico do Papagaio. As vítimas foram encaminhadas ao Hospital de Augustinópolis; Marcus Antônio, devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para uma unidade de saúde em Imperatriz, no Maranhão.
O processo teve início em 2010, com a denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça no mesmo ano. Durante a tramitação, a defesa do réu alegou que ele agiu sob forte emoção, pedindo a desclassificação do crime para lesão corporal ou homicídio privilegiado tentado. No entanto, em 28 de abril de 2017, o juiz pronunciou o acusado, determinando que o caso fosse levado ao Tribunal do Júri. A sessão de julgamento contou com 25 jurados sorteados, além de testemunhas apresentadas pela acusação e pela defesa.
Antônio Alexandre Filho, que foi deputado estadual pelo Tocantins na 2ª Legislatura (1991-1994) e chegou a ocupar o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora, agora cumprirá a pena imposta. A decisão marca o desfecho de um caso que mobilizou a opinião pública na região por mais de uma década.