O prefeito eleito de Goiânia, capital do estado de Goiás, Maguito Vilela (MDB), de 71 anos, morreu nesta quarta, 13, por complicações da Covid-19.
Vilela foi internado no hospital em São Paulo no dia 15 de novembro, data do primeiro turno das eleições municipais. Inconsciente em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ele foi eleito no segundo turno com 52,6% dos votos, derrotando Vanderlan Cardoso (PSD).
“É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do prefeito de Goiânia, Maguito Vilela, ocorrido nesta madrugada de 13 de janeiro. Internado desde o dia 22 de outubro para tratar da Covid-19, Maguito lutava contra uma infecção pulmonar diagnosticada na semana passada. A família está providenciando o traslado do corpo de São Paulo para Goiás e ele deve ser sepultado em Jataí, sua terra natal. Assim que tivermos mais informações repassaremos”, informou a página oficial de Vilela no Facebook.
O vice dele, o pastor Rogério Cruz (Republicanos), é quem está à frente da Prefeitura de Goiânia.
Evolução da doença
O emedebista testou positivo para covid-19 no dia 20 de outubro, quando apresentava sintomas leves. Antes disso, em agosto, ele havia perdido para o coronavírus, em menos de dez dias, duas irmãs: Nelita, de 82 anos, e Nelma, de 76.
Em uma semana, o quadro de saúde do político se agravou de maneira significativa. Maguito atingiu um nível crítico de oxigenação, com até 75% dos pulmões comprometidos pelo vírus, e foi transferido, por decisão da família, de um hospital em Goiânia para o Albert Einstein, na capital paulista.
No dia 30 de outubro, ele .precisou ser intubado pela primeira vez devido à insuficiência respiratória. Desde então, seu quadro variou bastante
Após uma melhora, o tubo foi retirado no dia 8 de novembro. Na época, o candidato acordou e estava consciente, respirando por conta própria. Isso durou até o dia 15 de novembro, quando Maguito acordou mais ofegante que o normal, com dificuldades para respirar.
Ele então foi colocado para dormir no mesmo dia ainda sem saber que passaria para o segundo turno das eleições em primeiro lugar, ao lado de Vanderlan Cardoso.
Uma traqueostomia foi feita no dia 17 de novembro, para proteger o sistema respiratório do político, já que a intubação prolongada gera riscos, como lesões na garganta e prejuízo às cordas vocais.
Na quinta-feira (10/12), Daniel Vilela, filho de Maguito, disse em entrevista à TV Anhanguera, da Rede Globo, depois do segundo turno, que o pai demonstrou “plena consciência” de que tinha sido eleito após ter uma redução dos sedativos. O filho contou ainda que o prefeito eleito “deu um sorrisinho” e “fez um gesto afirmativo” após ser informado de que tinha vencido as eleições.
Em 11 de janeiro ele apresentou uma sangramento nos pulmões e foi submetido a uma cirurgia. A infecção teve uma piora forte nos últimos dois dias.
Sem Maguito desde o dia 18 de outubro, quando começou a apresentar sintomas da doença, a campanha para a prefeitura foi feita pelo próprio filho Daniel Vilela, presidente do MDB de Goiás e vice-presidente nacional da legenda, além do candidato a vice, o pastor Rogério Cruz (Republicanos).
Trajetória política
Antes de ser eleito prefeito de Goiânia, Maguito teve longa trajetória política. Foi vereador em Jataí (GO), deputado estadual, deputado federal constituinte, vice-governador e governador de Goiás, senador e por duas vezes prefeito de Aparecida de Goiânia (GO
Em 2007, foi nomeado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, como vice-presidente do Banco do Brasil. Ao lado do filho, foi citado nas delações de executivos da Odebrecht, sob acusação de ter recebido R$ 1,5 milhão em caixa dois para campanha.
Na época, tanto ele quanto o filho negaram as acusações e disseram desconhecer os delatores.