
O flutuante Titanic, uma das estruturas mais emblemáticas do Rio Araguaia em Xambioá, no Bico do Papagaio, foi desmontado nesta semana, encerrando um capítulo marcante da história cultural e afetiva da região. A embarcação, que por anos serviu como ponto de encontro e palco de festas memoráveis, havia se tornado um símbolo local, eternizado também em uma música que alcançou repercussão nacional.
Embora o flutuante estivesse em desuso e ocupando um espaço inadequado às margens do rio, a decisão de desmontá-lo gerou sentimentos contraditórios entre moradores e frequentadores antigos. Para muitos, foi um alívio ver o local finalmente liberado, mas também um momento de tristeza ao testemunhar o fim físico de um ícone que ajudou a projetar o nome de Xambioá para o Brasil.
Mais do que uma simples estrutura flutuante, o Titanic representava o espírito festivo de uma geração e foi protagonista de um tempo em que a cidade se tornava referência regional em lazer às margens do Araguaia. O ponto alto dessa fama veio com a canção homônima composta por seu proprietário, que transformou o flutuante em símbolo pop, cruzando fronteiras e ganhando espaço em programas de rádio e festas pelo país.
Agora, resta à comunidade preservar as memórias que o flutuante ajudou a construir. Para os que viveram momentos inesquecíveis ali, o Titanic não desaparece com sua desmontagem — ele permanece como parte do imaginário coletivo de Xambioá, lembrado com carinho como um ícone de tempos que não voltam, mas que continuam vivos na lembrança.