
A eliminação do Tocantinópolis Esporte Clube (TEC) nas semifinais do Campeonato Tocantinense de Futebol 2025, diante do fraco, porém determinado União AC, representa muito mais do que uma simples derrota esportiva. O revés traz à tona uma série de prejuízos institucionais, profissionais e financeiros que colocam em xeque o projeto de consolidação do clube como referência do futebol da Amazônia.
O Verdão do Bico, dono da melhor campanha na primeira fase — com 16 pontos conquistados e apenas uma derrota — não conseguiu repetir o desempenho na fase decisiva. Enfrentando um União que avançou com apenas 10 pontos, três derrotas na bagagem, tendo a segunda pior defesa e o segundo pior ataque, o TEC viu o adversário adotar uma estratégia defensiva eficiente. Após levar um gol em Araguaína, a equipe de Tocantinópolis não conseguiu furar a retranca adversária nem mesmo com a vantagem numérica durante boa parte do segundo jogo, quando o União jogava com um atleta a menos.
O resultado, além de frustrante do ponto de vista esportivo, representa um duro golpe financeiro. Fora da final, o TEC está automaticamente excluído do calendário nacional de 2026. Isso significa que o clube disputará apenas o Campeonato Tocantinense no próximo ano, sem vagas na Copa do Brasil, Copa Verde e Série D do Campeonato Brasileiro.
As perdas são expressivas: só com a ausência na Copa do Brasil, o clube deixa de arrecadar cerca de R$ 900 mil. Na Série D, a não participação representa a perda de pelo menos R$ 400 mil — valor referente à cota da primeira fase. Em 2024, quando o TEC avançou à segunda fase da competição nacional, o montante arrecadado chegou a R$ 550 mil.
Além da questão financeira, há implicações institucionais. Nos últimos anos, o Tocantinópolis vinha construindo uma imagem sólida, tornando-se o clube mais conhecido do estado e o mais bem ranqueado do interior da região amazônica no Ranking da CBF. A sequência de participações em torneios nacionais era vista como fundamental para o crescimento do projeto esportivo e da visibilidade do clube, que agora sofre um retrocesso significativo.
A eliminação levanta questionamentos sobre a condução do elenco, a capacidade de reação da equipe em momentos decisivos e a efetividade do planejamento estratégico da diretoria. Internamente, a frustração é evidente, e o sentimento é de que o tropeço diante de um adversário tecnicamente inferior pode comprometer anos de construção e projeção.