Em meio à campanha Maio Amarelo, voltada à conscientização sobre segurança no trânsito, representantes de diversas secretarias e órgãos de emergência de um município se reuniram nesta quarta-feira (7) para discutir estratégias de enfrentamento aos sinistros viários. Participaram do encontro integrantes da Secretaria de Segurança Institucional, do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT), do SAMU e da Rede de Urgência da Secretaria de Saúde. O tema deste ano, “Mobilidade humana, responsabilidade humana”, reforça a necessidade de corresponsabilidade entre os atores do trânsito.
Embora as ações conjuntas venham sendo fortalecidas, os números revelam um cenário ainda alarmante. De acordo com dados apresentados por técnicos do SAMU, os atendimentos relacionados ao trânsito saltaram de 1.137 em 2014 para 4.245 em 2024, sendo quase 1.800 deles classificados como sinistros, a maioria envolvendo motocicletas. As vítimas mais frequentes têm entre 21 e 30 anos, faixa etária que concentra uma parte significativa da população economicamente ativa — o que amplia o impacto econômico e social dos episódios.
Apesar de uma redução pontual observada no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior (276 contra 405 ocorrências), especialistas alertam que os números absolutos continuam elevados. As causas dos sinistros seguem ligadas a comportamentos previsíveis e evitáveis, como excesso de velocidade, imprudência e desrespeito às normas de trânsito. Em 2024, o município registrou 82 mortes em sinistros de trânsito, de um total de 236 óbitos no sistema de urgência.
A gestão municipal destaca a mudança no vocabulário oficial — substituindo “acidente” por “sinistro” — como parte de um esforço para reforçar a ideia de que esses eventos não são inevitáveis, mas sim frutos de decisões humanas. A abordagem mais direta visa fortalecer a cultura da prevenção, mas, para que haja mudança real, será necessário ir além das campanhas pontuais e investir com consistência na fiscalização, na educação permanente e na melhoria da infraestrutura urbana.
