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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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BURITI: Projeto Educamará difunde capoeira e filosofia de vida

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O berimbau toca. Os capoeiristas se reúnem em círculo ao seu redor. Após ser entoada uma ladainha, que pode ser uma exaltação à valentia do capoeira, um pedido de proteção ou um canto de lamento de um escravo com saudade de casa, dois adversários, ou “camarás”, como se diz na linguagem da luta, começam uma disputa de movimentos quase que coreografados. Um jogo de perguntas e respostas, de ataque e defesa, de ritmo e som. Isso é a capoeira. 

A teoria de que a capoeira foi desenvolvida por escravos há mais de 200 anos nas senzalas brasileiras é ainda a mais aceita por historiadores e estudiosos em geral. Estima-se que seja praticada por mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. Graças à figura de Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba e Vicente Ferreira Pastinha, o mestre Pastinha, essa arte marcial que é um misto de dança e luta se difundiu pelo mundo, levando o legado brasileiro a países como Israel, Estados Unidos, França, Austrália e até China.

Na cidade de Buriti do Tocantins existe o projeto Educamará, que difunde a capoeira e a sua filosofia de vida. Liderado pelo professor Marcos Vinicius da Cruz Andrade, professor da rede estadual de ensino, o projeto, que é voluntário, atende a alunos da Escola Vicente Carlos de Sousa e também da comunidade em geral. Atualmente com cerca de 20 alunos, são realizadas aulas três vezes por semana, onde os alunos aprendem os fundamentos da capoeira, a tocar os instrumentos, cantar músicas e o principal: aprendem a conviver bem com as outras pessoas. “Pratico capoeira desde os 12 anos e foi uma coisa que sempre gostei de fazer”, diz o professor Marcos. “Quando vim pra cá em 2008, vi muitos jovens ociosos e desestimulados na escola. Achei que a capoeira poderia ensiná-los algo, como me ensinou”, completou. Além dos treinos, os alunos assistem a palestras, filmes e documentários e quando possível, realizam apresentações em Buriti e outras cidades.

Desde então, o projeto vem se desenvolvendo com ajuda das escolas em que o professor trabalhou. No entanto, os recursos são parcos e não atendem as demandas do projeto. “Temos vários alunos que não possuem uniformes e ainda não pudemos realizar um batizado” afirma o professor, referindo-se à cerimônia de graduação da capoeira. “Além disso, as aulas de instrumentos são raras, já que possuímos poucos. O apoio a esses tipos de projeto é praticamente inexistente.” Além da escola, as ações do projeto atendem alunos da Associação de Mulheres de Buriti.

Mesmo com todas as dificuldades, o projeto vem gerando bons frutos. Um dos pontos fortes é a diminuição da reprovação e evasão escolar. “Os alunos que participam das aulas de capoeira têm se mostrado mais participativos e vem apresentando melhora no desempenho escolar.” O professor acredita no potencial da capoeira como agente transformador social. “Seria interessante ampliar as ações do projeto, para atender mais crianças e adolescentes da cidade. Afinal, a capoeira é para todos, pois promove disciplina, saúde e inclusão social.” (Marcos Vinicius da Cruz Andrade)

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