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quarta-feira, dezembro 10, 2025
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Três índios morrem em menos de 15 dias em aldeias

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Três indígenas da etnia Javaé morreram em menos de 15 dias, entre os meses de maio e junho. Segundo o presidente da Coordenação dos Povos Javaé (Conjava), Cleyton Javaé, a suspeita é de que os jovens, que tinham entre 12 e 16 anos, tenham tirado a própria vida.

Conforme o presidente da Conjava, as mortes aconteceram nas aldeias Txuiri, Canoanã e São João, todas na região da Ilha do Bananal, Sudoeste do Estado. Ao todo, são quatro mortes pelos mesmos motivos desde o início do ano. Os dois casos mais recentes aconteceram respectivamente no dia 27 de maio e no último domingo.

Segundo Cleyton, as mortes não têm relação com o uso de álcool e outras drogas. “Por enquanto, é algo meio inexplicável para nós, porque os jovens que morreram eram ativos, não apresentavam sinais de depressão”, disse. “A Conjava vai se reunir com outros órgãos relacionados à questão indígena, para planejar o que vai ser feito, conversar com psicólogos, trabalhar a questão cultural junto às lideranças da aldeia e tentar entender o que está realmente acontecendo”, explicou.

Mortes

Uma amiga de duas das vítimas. Rayany Warideru, de 16 anos, pertencente à Aldeia Canonã, contou que a jovem que faleceu no dia 27 era sobrinha de sua mãe, e o rapaz que morreu, no último domingo, era seu melhor amigo. “Eles eram pessoas normais, felizes, brincalhonas. Nunca falaram nada sobre morte, nem parecia que ficavam tristes. Ninguém sabe direito o que aconteceu para eles quererem fazer isso”, afirmou.

Segundo o procurador do 1º Ofício da Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Índios e Minorias do Ministério Público Federal, Álvaro Manzano, as causas das mortes ainda estão sendo apuradas. No entanto, Manzano acredita que pode ter relação com a depressão, assim como as mortes de índios Karajá, registradas entre 2011 e 2012. “No caso dos Karajá, foi um problema decorrente de choque cultural, da pressão que sofrem da sociedade e levam a esse quadro depressivo”, disse. “É uma associação desse fator cultural ao consumo de drogas, alcoolismo e falta de perspectiva de vida, que acaba causando esse tipo de atitude”, frisou.

Providências

O assessor executivo para Assuntos Indígenas, da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), Kohalue Karajá, afirmou que assim que passar o tempo de luto das aldeias, que varia entre 15 e 20 dias, será feita uma visita in loco para avaliar a situação. “Enquanto passa esse período de luto, que precisamos respeitar, estamos buscando parcerias que possam auxiliar nesse processo”, afirmou. “Provavelmente será formado um grupo multidisciplinar, que envolva instituições relacionadas aos povos indígenas para que possamos tomar decisões conjuntas”, disse.

Segundo Manzano, já foi agendada uma reunião para a próxima terça-feira, às 14 horas, no MPF, em Palmas. “Vamos reunir os órgãos que têm alguma atribuição em relação à matéria para discutir os encaminhamentos que serão adotados”, frisou. (JT)

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