O Tocantins é o Estado com a maior incidência de dengue no País, com 249,4 casos de doença para cada 100 mil pessoas. A taxa nacional é 21,2 por 100 mil, ou seja, uma incidência cerca de 11 vezes maior que a média nacional. Os dados são do Ministério da Saúde (MS), que também apontou Palmas como uma das cidades onde a quantidade de casos já indica surto da doença. Além da Capital, o MS indicou 90 municípios, em todo País, com risco de surto da doença e mais 265 em estado de alerta.
Conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau), já foram notificados no Estado, em 2012, 4.220 casos de dengue – número superior à quantidade notificações no mesmo período do ano passado (3.144). Deste número, cinco municípios no Tocantins apresentaram mais de 100 notificações neste ano.
Entre as cidades com maior incidência está Palmas, com um total de 1.712 casos notificados, o que corresponde a 40% de todos os registrados no Estado. Em segundo lugar, na lista da Sesau, aparece Araguaína, com 517 casos notificados, seguida por Paraíso do Tocantins, 348 casos; Colinas com 330 e Araguatins, com 232 notificações.
Mapeamento
O diretor de Doenças Vetoriais e Controle de Zoonose da Sesau, Whisllay Maciel Bastos, disse que a pasta está mapeando os locais com maiores incidência de casos na Capital. Após essas informações, conforme ele, a secretaria vai intensificar as ações de supervisão junto ao município. Segundo o diretor, é preciso ver que atitudes o município está tomando em relação aos locais que estão sendo encontrados os criadores do Aedes aegypti.
Bastos enfatizou que as cidades que concentram maior número de casos, Palmas, Araguaína e Paraíso do Tocantins, precisam providenciar um número maior de pessoas para serem envolvidas no controle vetorial. “Deve haver mobilização da comunidade e mobilização das escolas”, apontou.
O diretor ressaltou que a Sesau irá analisar os dados com preocupação. Para ele, o aumento de casos não deveria ocorrer. Conforme o diretor, hoje o grupo epidemiológico da Saúde irá se reunir com o secretário da pasta, Raimundo Boi, para que as ações de controle à epidemia possam ser implementadas nos municípios.
Entre as ações, Bastos citou a informação sobre a doença e o controle vetorial. “Vou enfatizar bastante o controle vetorial que, para mim, é o maior problema nesse momento”, acrescentou.
Questionado sobre o que ocasionou esse surto no Estado, o diretor disse que há um número pequeno de agentes em Palmas. “Fora isso, a comunidade precisa se envolver de forma para efetivar esse controle vetorial. Não dá para depender somente dos agentes comunitários de Saúde”, citou.
Redução
O diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Claúdio Gilberto Garcia, explicou que Palmas já apresentou uma redução no Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (Lira) neste ano, em relação a outubro do ano passado. Naquele mês em 2011, o número do Lira foi de 3,4% a cada 100 casas. Neste mês, o percentual baixou para 2,8%.
Ele frisou que em 2011, foram notificados 10.131 casos da dengue em Palmas, destes, 5.028 confirmados. Somente nestes dois meses do ano, a pasta já notificou 1.778 (1.259 em janeiro e 519 em fevereiro), sendo que 198 foram vistoriados, 100 confirmados e 98 descartados.
O diretor frisou que uma das causas do aumento dos números da doença pode estar relacionada ao surgimento do DEN-4, um novo tipo da doença, detectado no final do ano passado. “Nós tivemos a identificação do DEN-4, praticamente a população total de Palmas está suscetível a esse sorotipo”, comentou. (Jornal do Tocantins)




