
O Tocantins registrou, em 2024, o maior percentual de sua população com algum tipo de rendimento desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), realizada pelo IBGE. Segundo o levantamento, 65,6% dos tocantinenses têm acesso a alguma fonte de renda — seja por trabalho, aposentadorias, pensões, aluguéis, programas sociais ou doações — superando a média da Região Norte (59,5%) e ficando próximo da média nacional (66,1%). O rendimento médio mensal de todas as fontes foi de R$ 2.630, com destaque para os valores provenientes do trabalho (R$ 2.786), aposentadorias (R$ 2.361) e programas sociais (R$ 823).
Além do aumento no acesso à renda, o Tocantins também apresentou avanço na redução da desigualdade. O índice de Gini, que mede a concentração de renda (quanto mais próximo de 0, maior a igualdade), caiu de 0,502 em 2022 para 0,459 em 2024 — resultado melhor que os registrados tanto na Região Norte (0,477) quanto na média nacional (0,488). O estado também lidera o ranking regional com o maior rendimento médio per capita da Região Norte, com R$ 1.725, superando com folga a média da região, de R$ 1.319.
O levantamento mostra ainda que 23,1% dos domicílios no estado recebiam o Bolsa Família em 2024, proporção estável em relação ao ano anterior. Já os beneficiários do BPC-LOAS cresceram para 6,1% — o maior valor já registrado no Tocantins. Mesmo com o aumento da cobertura dos programas sociais, a desigualdade entre os domicílios permanece: enquanto os lares beneficiados pelo Bolsa Família apresentaram renda média de R$ 745, os que não recebem o auxílio registraram média de R$ 2.132.
Nos estratos mais pobres da população, o rendimento domiciliar per capita subiu de R$ 510 para R$ 558 entre 2023 e 2024, um crescimento de 9,4%. No topo da pirâmide, a elite dos 1% mais ricos no estado teve média de R$ 13.943 por pessoa. Já o grupo de 5% mais pobres teve renda média de apenas R$ 147, embora também tenha registrado leve avanço em relação ao ano anterior. O Tocantins segue como o nono estado com melhor índice de Gini domiciliar per capita do país, sinalizando melhora na distribuição de renda, ainda que persistam grandes disparidades internas.