Neste 12 de janeiro, Belém comemora 395 anos de fundação. Como uma jovem senhora, de origem colonial, mas com raízes culturais e étnicas que primam pela diversidade, a capital paraense caminha para completar quatro séculos de existência. A “Feliz Lusitânia” do capitão mor português Francisco Caldeira Castelo Branco, erguida às margens das águas da Baía do Guajará e do Rio Guamá, já foi referência brasileira para a Europa, usufruindo da riqueza que jorrava dos seringais.
Sobrevivendo aos sabores e dissabores de ciclos econômicos, chegou ao século XXI com ares de cidade grande, abrigando mais de 1,2 milhão de habitantes, que se espalham pelos inúmeros bairros de sua parte continental e pelas 55 ilhas que formam sua bela e ainda preservada parte insular, na qual a estrela principal é a bucólica Mosqueiro.
Tendo como marco inicial o Forte do Presépio, Belém – conhecida além fronteiras como “Cidade das Mangueiras” -, já foi chamada de Santa Maria de Belém do Grão Pará. Ao longo de sua existência, foi teatro de guerra com a insurreição dos cabanos, e há mais de 200 anos se prepara com esmero para, em outubro, encher suas ruas de homenagens a Nossa Senhora de Nazaré, a padroeira do Pará.
Belém também foi a cidade escolhida pelo arquiteto italiano Antonio José Landi para imprimir a marca de seu talento na arquitetura amazônica. Há mais de 100 anos abriga o Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição científica reconhecida em todo o planeta, e também é referência na área de pesquisa científica com o Instituto Evandro Chagas.
Oferece a seus habitantes e visitantes um roteiro turístico surpreendente e eclético. Desde a mais famosa feira livre do Brasil – o Ver-o-Peso -, com seu festival de aromas, cores e sabores, e personagens que fazem de seu cotidiano único na cidade, a cidade oferece o contato direto com a natureza no Bosque Rodrigues Alves, na orla de Icoaraci, na Estação das Docas, no Feliz Lusitânia, Mangal das Garças e na Casa das 11 Janelas; a beleza das gemas, joias e artesanato paraenses no Espaço São José Liberto; acervos importantes no Museu de Arte Sacra e no Museu Histórico do Pará (instalado no Palácio Lauro Sodré); o charme das centenárias mangueiras e da chuva da tarde, que mesmo mudando de horário não deixa de manter a tradição.
Pela capital do Pará ecoam ainda o ritmo inconfundível do carimbó, os acordes da música erudita, a efervescência do rock, a criatividade da música instrumental e o som dançante das guitarradas e do tecnobrega. Terra de músicos, poetas, literatos e filósofos, Belém é a cara de seu povo – brejeira, alegre, acolhedora. Quente e úmida como os trópicos; com problemas urbanos inerentes às metrópoles, mas sempre disposta a se reinventar.
É esta Belém de 395 anos, ainda engatinhando na linha do tempo, que se prepara para mais uma festa.
Uma comemoração para a qual todos os paraenses estão convidados, e que acontecerá na Estação das Docas e no Píer da Casa das 11 Janelas.




