
Cerca de 100 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta quinta-feira (17), uma área localizada no assentamento Taboca, na Serra do Taquaruçu, município de Monte do Carmo, no Tocantins. A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária Popular e marca o Dia Internacional de Luta Camponesa pela Terra, em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido em 1996.
A ocupação ocorre em um território já destinado à Reforma Agrária, mas que, segundo o MST, foi alvo de grilagem por parte de fazendeiros. A área, conhecida como Lote 14, já foi alvo de apuração do Ministério Público Federal (MPF), que determinou o cancelamento de título e matrícula por sobreposição indevida, além de cobrar do INCRA a efetiva destinação da terra às famílias assentadas, processo que ainda não foi concluído.
Outro foco de reivindicação do movimento é a Fazenda Santa Ádyla, uma área de 1.225 hectares que, conforme documentos oficiais, está registrada de forma irregular. Parecer da Corregedoria-Geral da Justiça do Tocantins aponta que a matrícula atual da fazenda é nula, por se basear em um título inexistente. O MST denuncia que o local está sendo explorado ilegalmente para cultivo de soja transgênica, desrespeitando a função social da terra.
Segundo os acampados, a presença de grandes produtores rurais na região representa uma ameaça à soberania alimentar, à sustentabilidade ambiental e ao direito das famílias camponesas. Eles cobram do governo federal ações imediatas para retomar áreas públicas griladas e garantir o avanço da Reforma Agrária, com implantação de projetos sustentáveis e distribuição justa das terras.