
O Ministério da Saúde publicou nesta semana a Nota Técnica Conjunta nº 14/2025, contendo orientações para o cuidado em saúde das populações que vivem próximas ao Rio Tocantins. O documento foi elaborado em resposta ao desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), ocorrido no final de 2024. No acidente, caminhões que transportavam agrotóxicos e ácido sulfúrico caíram no rio, gerando preocupações sobre a possível contaminação da água e os impactos ambientais e à saúde pública.
De acordo com o Ministério da Saúde, não há, até o momento, indícios de contaminação da água. No entanto, equipes seguem monitorando a situação devido ao risco potencial de vazamento dos produtos químicos depositados no leito do rio.
Ações preventivas e monitoramento contínuo
O documento do Ministério da Saúde estabelece estratégias para mitigar os impactos à saúde humana, animal e ambiental na região afetada. Além disso, orienta as equipes dos serviços de saúde locais para a identificação e atendimento de possíveis casos de intoxicação por exposição a produtos químicos.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também publicaram uma nota conjunta, no dia 8 de janeiro, informando que a qualidade da água do Rio Tocantins continua sendo monitorada.
Caso ocorra uma contaminação, os impactos podem afetar os múltiplos usos do rio, como o abastecimento de água, a pesca e a subsistência de comunidades tradicionais, indígenas, ribeirinhas e quilombolas.
Para garantir um acompanhamento rigoroso da situação, representantes da área da saúde dos estados do Maranhão e do Tocantins realizam reuniões semanais. A vigilância é conduzida por diferentes secretarias do Ministério da Saúde, incluindo a Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Atenção Especializada em Saúde (Saes), Saúde Indígena (Sesai) e Atenção Primária à Saúde (Saps).
Recomendações à população e aos profissionais de saúde
A nota técnica destaca medidas preventivas para profissionais da vigilância ambiental e da Rede de Atenção à Saúde, além de recomendações à população em caso de confirmação de contaminação da água.
Para profissionais de saúde:
- Avaliar os riscos à saúde pública, identificando áreas de possível contaminação;
- Monitorar resíduos de agrotóxicos na água de consumo humano;
- Utilizar estratégias de comunicação para informar e orientar a população exposta;
- Avaliar pacientes que apresentarem sintomas como náuseas, vômito, dor abdominal, dificuldades respiratórias, queimaduras na pele e irritação nos olhos.
Para a população:
Caso os órgãos competentes confirmem a contaminação da água do Rio Tocantins, a recomendação é:
- Evitar contato direto com a água e atividades de lazer no rio até que seja garantida a segurança;
- Seguir as orientações das autoridades e acompanhar os comunicados oficiais;
- Procurar uma unidade de saúde ao menor sinal de contato com produtos químicos, mesmo sem sintomas imediatos;
- Em caso de ingestão da água contaminada, não induzir o vômito e buscar atendimento médico imediatamente.
As autoridades reforçam que não há indícios de contaminação até o momento, mas o monitoramento será contínuo para garantir a segurança da população.