Voltou a ser presa a mãe do prefeito afastado de Tucuruí, Josenilde Brito. Ela é suspeita de ser a mandante do assassinato do prefeito eleito do município localizado no sudeste do estado, Jones William, e estava em liberdade por força de uma liminar derrubada esta semana. Nesta quarta-feira (29) ela falou com exclusividade à TV Liberal.
Josenilde chegou a Belém no início da tarde. A entrevista exclusiva foi gravada momentos antes dela se apresentar à policia. O marido ficou ao lado dela. Durante a conversa, ela contou como era o relacionamento com Jones William, que conheceu no período eleitoral.
“Eu sou uma pessoa um pouco temperamental e o que eu tenho que dizer eu digo pra pessoa. Esse é o meu jeito de ser. Muitas vezes eu dizia pro Jones que ele estava errado, como eu dizia pro Artur, como eu digo onde tá errado e o que que tem que acertar”, diz Josenilde Brito.
Ela diz ainda que eles não brigaram em momento algum. Jones Wiliiam era o prefeito eleito de Tucurui, no sudeste do estado, e foi assassinado a tiros em julho deste ano enquanto vistoriava obras para tapar buracos em uma estrada do município.
“Eu sofri demais. O Jones pra mim era como se fosse um filho. Tava sempre dentro da minha casa. Praticamente todos os dias ele estava lá em casa. Se eu tinha que dizer alguma coisa pra ele eu dizia, se tinha quer brigar eu brigava”, diz.
Com a morte de Jones, o filho de Josenilde, o vice, Artur Brito, assumiu a prefeitura. Quase cinco meses depois do assassinato, as investigações ainda não foram concluídas. Mais seis pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime, entre elas, Josenilde, que começou a cumprir pena no Centro de Recuperação Feminino em Ananindeua, região metropolitana de Belém, no dia 30 do mês passado.
Ela diz que não mandou matar Jones e que não há nenhuma prova contra ela.
Este mês, o vice Artur Brito foi afastado da prefeitura pela Justiça por improbidade administrativa, suspeito de superfaturar obras públicas. Na sexta-feira passada, o advogado de Josenilde conseguiu um habeas corpus e ela saiu da prisão. “Nesse tempo eu fui ao médico. Eu estava com depressão, com síndrome do pânico”, conta. Ela diz que já tinha uma tendência a esses problemas e que, com a prisão, o problema aumentou.
No inicio desta semana, o colegiado de desembargadores do Tribunal de Justiça decidiu que ela deveria voltar para a cadeia e estendeu a prisão temporária por mais 30 dias. O advogado vai recorrer da decisão.
“Trinta e oito pessoas prestaram depoimentos. Dessas, duas fizeram alusão ao nome de dona Josenilde de ouvir dizer. Ouviram ela dizer que isso ou aquilo mais… Então é uma prova muito frágil a nosso sentir e eu acho que o grande sintoma de que essa prova realmente não é segura, é que o Ministério Público ainda não propôs uma ação penal”, diz o advogado de defesa de Josenilde, Roberto Lauria.
Era quase duas da tarde quando Josenilde se apresentou à policia. Na Divisão de Homicidios o advogado fez um registro de que Josenilde compareceu espontaneamente à delegacia. Em seguida ela foi encaminhada para o exame de corpo de delito no IML. Só depois ela pôde retornar ao presídio feminino em Ananindeua.
Ela diz que está se sentindo péssima, mas com a consciência tranquila.




