
O presidente da Federação Tocantinense de Futebol (FTF), Leomar Quintanilha, anunciou apoio à candidatura de Samir Xaud à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Atual presidente da Federação Roraimense, Xaud lançou no domingo, 18, uma chapa única respaldada por 25 das 27 federações estaduais e por dez clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Diante da ausência de concorrentes, a eleição deve ocorrer por aclamação no próximo dia 26 de maio.
A votação da CBF atribui pesos diferentes aos votos: cada federação tem peso 3, clubes da Série A valem 2 e os da Série B, 1. Com o apoio da ampla maioria das federações, Samir Xaud já reúne capital político suficiente para garantir a vitória. A movimentação consolida seu nome como sucessor natural à presidência da entidade máxima do futebol nacional.
Samir Xaud, de 41 anos, é empresário no setor de academias em Boa Vista (RR), onde comanda a Life Fitness. A empresa, no entanto, está listada como inapta na Receita Federal por omissão de declarações fiscais. Sua sócia, Simone Bekel, foi presa em 2018 durante a Operação Escuridão, que investigou fraudes em contratos públicos de alimentação. Simone é esposa do ex-deputado estadual Renan Bekel Filho, cassado por compra de votos.
O círculo familiar de Xaud levanta novos questionamentos. Uma de suas irmãs, Samara, foi assessora do senador Chico Rodrigues, flagrado com dinheiro escondido na cueca em 2020, e é casada com Jean Frank Lobato, ex-deputado e suspeito de atuar como operador político em esquema de cobrança de propina em contratos de saúde indígena. Já Roger Pimentel, casado com a outra irmã, Sandrea, foi alvo da Operação Desvid-19, por suposto superfaturamento na venda de testes rápidos durante a pandemia.
Apesar das controvérsias envolvendo familiares e sócios, o nome de Samir Xaud segue como favorito para assumir a presidência da CBF. Leomar Quintanilha, ao confirmar o apoio da FTF, se alinha ao grupo majoritário das federações estaduais que optaram por manter o controle da entidade nas mãos do atual bloco dirigente. Até o momento, não há manifestação da CBF sobre os vínculos indiretos que cercam o futuro presidente.