
Entre cantos, relatos e reivindicações, mulheres quebradeiras de coco babaçu de quatro estados — Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins — se reuniram em Imperatriz (MA) para discutir justiça climática, ambiental e de gênero. O encontro integra a etapa regional do projeto Defensorias nos Babaçuais – Acesso à Justiça e Defesa dos Direitos das Mulheres Quebradeiras de Coco, que segue até esta sexta-feira (17). O evento acontece na Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul) e busca fortalecer o protagonismo das comunidades tradicionais que vivem do babaçu, um dos símbolos mais importantes da sociobiodiversidade amazônica.
Durante as atividades, as quebradeiras compartilharam experiências e desafios enfrentados em seus territórios, especialmente em relação à derrubada e ao envenenamento dos babaçuais, além das dificuldades no acesso a políticas de proteção ambiental e social. O evento também promoveu mesas-redondas e rodas de diálogo com temas como “Justiça de Gênero e Climática nos Babaçuais”, “Controle Social e Fortalecimento das Vozes Femininas” e “Babaçu Livre e Território”.
Entre as falas que marcaram o encontro, a juventude também se fez presente. Antonio José, de 19 anos, filho e neto de quebradeiras de coco, destacou a importância de manter viva a luta das gerações anteriores. “Venho de uma família de luta. Elas não tiveram as oportunidades que tenho hoje, então tento levar de alguma forma as vozes que foram silenciadas dentro do meu território”, disse.
O evento reforçou o papel das comunidades tradicionais na preservação do meio ambiente e na defesa de seus modos de vida, conectando-se a debates globais sobre o clima e os direitos humanos. As quebradeiras encerraram o encontro com um chamado à conscientização: preservar o babaçu é proteger a história, a cultura e a sustentabilidade de milhares de famílias que dependem dele para sobreviver.




