O grupo de trabalho criado pelo Ministério da Defesa para localizar e resgatar os restos mortais dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia encerrou neste sábado,29, a segunda fase das escavações, sem encontrar vestígios humanos que pudessem ajudar a identificar os corpos de guerrilheiros, militares e de eventuais agricultores mortos durante os combates entre opositores do regime militar e tropas do Exército, na primeira metade da década de 1970. A primeira fase das escavações foi encerrada no último dia 17, também sem sucesso.
Os encarregados da busca começaram os trabalhos no último domingo,23, rastreando com radar e escavando três diferentes áreas do sul do Pará: uma área pertencente à Reserva Indígena Sororó, em São Geraldo do Araguaia (PA); em um ponto conhecido como Complexo Matrinxã e em Dois Coqueiros, ambas também no sul do Pará.
Desde o início dos trabalhos de campo, o Grupo de Trabalho Tocantins selecionou dez de dezessete pontos indicados pelo Ministério da Defesa de indícios consistentes da presença de restos mortais.
Essas dezessete áreas haviam sido identificadas com base em relatórios da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, além de livros sobre o tema, documentos governamentais e indicações de pessoas que presenciaram as mortes e a ocultação dos corpos e que, hoje, servem voluntariamente como guias do grupo.
“Dos dez locais, em seis já foram realizados trabalhos de campo e escavações, mas não obtivemos sucesso em nenhum desses pontos”, informou o tenente-coronel Amauri Silvestre, do Centro de Comunicação Social do Exército, sem descartar a hipótese de novas buscas em alguns dos pontos já vistoriados.
“Se forem apresentados novos dados consistentes, estas informações serão apresentadas ao grupo de trabalho, que irá analisá-las, podendo voltar a fazer o reconhecimento da área. Se com o auxílio dos técnicos se chegar a conclusão de viabilidade [de encontrar algo], existe a possibilidade [do grupo retomar as buscas nos locais já inspecionados]”, declarou o militar.
A terceira fase das escavações terá início no próximo dia 9, se estendendo até o dia 16 de setembro, concentrando-se nas proximidades de São Geraldo do Araguaia (PA). A portaria ministerial que criou o grupo prevê que os trabalhos de busca se encerrem em abril de 2010, mas devido ao início do período de chuvas na região, os militares planejam encerrar as escavações, ou ao menos suspendê-las, já no final de outubro deste ano.
“Nada impede que passado o período de chuvas, o grupo retorne com outras providências”, disse o tenente-coronel Amauri.
O grupo de trabalho é composto por militares, antropólogos, geólogos, médicos legistas e observadores nomeados pelo Ministério da Defesa, entre eles um jornalista e um ex-deputado. A ausência de representantes de parentes dos desaparecidos foi criticada pela Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ:
No Estado do Ceará houve também um “Araguaia”, foi o MASSACRE cometido em 1937 pelo Exército e Polícia Militar, no SÍTIO DA SANTA CRUZ DO DESERTO ou SÍTIO CALDEIRÃO, que foi bombardeado e depois, em terra, 1000 CAMPONESES CATÓLICOS foram mortos e enterrados em COVA COLETIVA.
Como foi um crime contra a humanidade, a SOS – DIREITOS HUMANOS requereu judicialmente em 2008 que a União e o Estado do Ceará digam onde está a cova para que as vítimas sejam enterradas com diginidade e os familiares indenizados.
Cordialmente,
Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
(85) 8613.1197
Presidente da SOS – DIREITOS HUMANOS
http://www.sosdireitoshumanos.org.br