Sob a coordenação da Guarda Municipal de Araguaína, alunos do 2° Curso de Formação participaram de uma aula de campo dedicada à legislação ambiental e coleta de resíduos no Lago Azul, sob a orientação da Fiscalização do Meio Ambiente da Prefeitura. A ação foi realizada no último dia 5, na Prainha da Via Lago.
Uma das funções da GMA (Guarda Municipal de Araguaína) é zelar pela preservação ambiental dos recursos naturais da cidade, por isso, além da aula teórica sobre a legislação específica, os alunos também tiveram a oportunidade de ver, na prática, como cuidar do meio-ambiente realizando a limpeza do lago. A ação contou com o apoio do barco da fiscalização ambiental, que auxiliou na coleta e transporte dos materiais recolhidos.
Durante a ação de limpeza, aproximadamente 40 sacos de 100 litros cada, totalizando cerca de 10 kg por saco, foram preenchidos com diversos tipos de resíduos, como garrafas PET, sacos plásticos, garrafas de vidro e isopor.
Em defesa do meio-ambiente
Márcio Odilon, subcomandante da Guarda Municipal de Araguaína, ressalta a importância do viés ambiental na formação da nova turma da Guarda Municipal, destacando a competência essencial de preservar o patrimônio natural do município.
“Nossa ação de limpeza na Via Lago, em parceria com os fiscais do meio ambiente, é uma oportunidade para os alunos refletirem e contribuírem ativamente para a preservação do meio ambiente dentro do nosso território, seja na zona urbana ou rural,” afirma Odilon. O subcomandante destacou também outras ações da GMA na defesa da natureza, como o combate à pesca predatória na região do Garimpinho e no Lago Azul.
Janilson Oliveira, fiscal ambiental, explica que partiu da iniciativa da Guarda Municipal, sendo também uma resposta à proibição de pesca decretada. “Realizamos a fiscalização periodicamente, aproveitando para fazer limpezas e verificar o uso de equipamentos predatórios,” destaca. Sobre a parceria com a Guarda Municipal, ele menciona o apoio técnico e a expertise da equipe: “Nós auxiliamos com nossa embarcação e conhecimento da área para otimizar a coleta, uma vez que grande parte do trabalho é feita por terra.”
Formação completa
Daniela Marçal é aluna do curso de formação da GMA considera a fiscalização e a preservação do meio ambiente um fundamental da atuação da instituição. “Nós estamos tendo essa disciplina para já ter a consciência de como será nossa atuação quando nos tornarmos guardas municipais,” destaca Daniela. Durante o curso de formação, além do mutirão de limpeza, outras atividades serão realizadas, como o plantio de árvores.
Para Michel Henrique, instrutor do curso, é preciso desconstruir ideias pré-concebidas e estabelecer uma nova compreensão da função do guarda municipal como servidor público. “Os alunos estão vendo aqui que são servidores para sempre, não importa se estão fardados ou não. Seja no ambiente criminal ou na preservação do meio ambiente, eles estão aqui para proteger e servir,” enfatiza Michel.
Sociedade em ação
O contador Enderson Soares é um frequentador ativo da prainha da Via Lago para a prática de vôlei de areia com os amigos. Ele sabe que, para ter um espaço adequado para o lazer, é preciso fazer a sua parte, por ele leva sacolas para recolher lixo e evita jogar resíduos de comida no lago. “É questão de conscientização, tanto do município que está fazendo essa ação junto com a guarda municipal, quanto de nós, cidadãos”, enfatiza o Enderson.
Recuperação histórica
O Lago Azul, localizado na Via Lago em Araguaína, carrega consigo décadas de transformações marcadas pela construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) do Corujão nos anos 70. Embora tenha trazido avanços, o fechamento das comportas da PCH resultou em uma extinção de espécies de peixes devido à pesca predatória persistente por quase meio século.
Em resposta a essa degradação ambiental, nasceu o Projeto Lago Vivo para restaurar a vitalidade do ecossistema e reverter os danos históricos. Na última ação do projeto, foram soltos três mil alevinos, totalizando 94.500 peixes inseridos no lago desde o início do projeto. A previsão é devolver ao Rio Lontra 200 mil alevinos de espécies nativas da bacia amazônica extintas no local, como tambatinga (caranha), piau e surubim.