
Dois anos após a aquisição de novos equipamentos de imagem, o Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Ananás, continua sem oferecer exames de raio-X e ultrassonografia. A situação foi constatada durante uma vistoria da Promotoria de Justiça local, que encontrou a máquina de raio-X ainda lacrada, guardada em uma caixa de madeira no corredor da unidade. O aparelho de ultrassom, por sua vez, sequer foi apresentado pela administração municipal.
A Prefeitura informou que um transformador de energia elétrica foi comprado para alimentar o equipamento, mas o conjunto segue inoperante. A Promotoria de Justiça deu prazo até o fim de outubro para que a gestão municipal explique os motivos da não instalação, apresente um cronograma e detalhe o plano de execução para regularizar o serviço. Caso as respostas não sejam satisfatórias, novas medidas poderão ser adotadas.
Enquanto isso, os pacientes de Ananás continuam precisando se deslocar até Xambioá para realizar exames simples de diagnóstico, como radiografias e ultrassonografias, arcando com deslocamentos e longas esperas. A falta de funcionamento dos equipamentos também traz prejuízos ao Sistema Único de Saúde (SUS), que acaba sobrecarregando municípios vizinhos.
A situação levanta questionamentos inevitáveis: por que um investimento feito em 2022 ainda não trouxe benefício à população? Falta planejamento, estrutura técnica ou vontade política? A demora na instalação de equipamentos já pagos e entregues representa mais do que uma falha administrativa — é um retrato de ineficiência pública que penaliza diretamente os moradores de uma cidade de pouco mais de 10 mil habitantes.
Em meio à insatisfação popular, o episódio reforça a importância do controle social e da transparência na gestão pública. A população pode acionar a Ouvidoria do Ministério Público pelo número 127, pelo aplicativo MPTO Cidadão ou via WhatsApp, no (63) 99100-2720, para relatar casos semelhantes e cobrar soluções efetivas.




