Moradores das cidades de Marabá, no sudeste do Pará, Belém e distrito reclamam da qualidade da água que chega às torneiras da população. De acordo a comunidade, o líquido é impróprio para consumo, e muitos têm que recorrer a alternativas para manter os afazeres da rotina doméstica. Em nota, a Cosanpa informou apenas que a estação de tratamento que atende Marabá é antiga e que está definindo qual projeto será implantado para melhorar a qualidade da água distribuída no bairro e que entre as opções está a substituição dos antigos por novos equipamentos na estação.
O estudante Lucas Costas, morador do bairro de Canudos, em Belém, fez um registro fotográfico que mostra como a água que chega até a casa da família: amarelada e, segundo ele, com cheiro forte. A dona de casa Ana Caroline também enviou seu registro, comprovando que a água que chega à vila de Mosqueiro, distrito da capital, é escura, suja e sem condições de ser consumida.
O funcionário público Francisco das Chagas mora ao lado da estação de tratamento do bairro de Santa Rosa, em Marabá, desde que foi construída, e diz que o recurso nunca apresentou qualidade.
“A água que vem da estação não é limpa e ainda mais nesse período de inverno. Pode ser que dê para lavar uma vasilha, mas não dá para consumir, beber”, afirmou.
A estação de captação, tratamento e distribuição de água do bairro existe há 30 anos e segundo os moradores, mesmo com o aumento da demanda provocado pela expansão das moradias, jamais passou por um projeto de ampliação da rede. Com isso, os problemas são os mesmos enfrentados pela população: a falta constante de água e a grande quantidade de resíduos que sai das torneiras.
A costureira Eunice Gomes conta que já aprendeu a conviver com a situação. Em uma caixa d´água, ela armazena o líquido que vem da rua, mas espera pelo menos um dia para a sujeira sedimentar e assim lavar a louça e algumas roupas. As roupas brancas, a costureira diz que precisa lavar com a água que acumula da chuva. Para beber, o gasto é maior, já que a família consome um garrafão de 20 litros a cada dois dias.
“Para beber, a gente tem que comprar, e é mais gasto”, reclama a costureira.




