O chamado ‘Bico do Papagaio’, no extremo norte do Tocantins, é uma região conhecida como ‘porta de entrada’ para a floresta Amazônica. No local, que é a divisa entre o Tocantins, o Maranhão e o Pará, passa a BR-153, conhecida como rodovia Belém-Brasília. Ela escoa a produção agrícola de parte da região central do país e serve como via de distribuição das riquezas da Amazônia para o centro-oeste e o sudeste. Já a Polícia Ambiental conhece a região por um motivo bem diferente. O local protagoniza um dos problemas ecológicos mais graves da região norte do Brasil: o transporte de madeira extraída ilegalmente da floresta.
Entre os caminhões em situação irregular que circulam pela estrada, alguns simplesmente carregam as cargas de madeira sem a documentação dos órgãos ambientais. Outros escondem o produto ilegal em meio a carregamentos de produtos autorizados. Seja como for, o caso é que, de acordo com o Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins), o estado é rota do tráfico de madeira de desmatamento.
O órgão afirma que a maior parte das apreensões do Tocantins são de madeira que vem de outras unidades federativas. Segundo o Naturatins, a fiscalização é realizada nos postos da PRF nas divisas do estado e nos cinco postos nas estradas do interior, onde apreensões são frequentes.
De acordo com a Companhia Independente de Polícia Militar Rodoviária e Ambiental (Cipra) do estado, em 2013 foram 34 caminhões flagrados em situação irregular. Como o produto é transportado em diversas formas, e mensurado em unidades de medida diferentes, é dificil precisar uma quantidade geral de apreensões. O total por tipo de madeira pode ser conferido na tabela acima. O valor arrecadado em multas ambientais em 2014 só até o mês de agosto já chega a R$ 1,07 milhão, em 2013 foi de R$ 1,5 milhão.
Casos para ilustrar não faltam. No dia 5 de agosto, 230 estacas do tipo Louro foram apreendias pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Araguaína, na região norte. A PRF informou que devido a uma mudança de sistema não poderia apresentar a estatística própria de apreensões em 2013, mas afirmou que a fiscalização é constante em toda a área coberta pela corporação.
O último caso registrado foi neste sábado (11), quando 4,2 metros cúbicos de tatajuba foram apreendidos após o motorista tentar fugir da fiscalização. (G1 TO).




