Desde que o Jornal do Tocantins mostrou no mês passado os problemas nas escolas do município de Araguatins, pouca coisa mudou. Os problemas na educação do município se tornaram conhecidos depois que professores entraram em greve, no dia 12 de abril. Eles exigiam melhoraria nas estruturas das 26 escolas municipais e o reajuste salarial para a classe, prometidos em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pelo prefeito Rocha Miranda.
No último dia 4, depois de 17 dias, os professores retornaram às atividades com a promessa de que mudanças seriam implementadas nas escolas. Na zona rural do município, as escolas funcionam em espaços emprestados por associações de bairros com estrutura precária.
Na escola do Projeto de Assentamento (PA) Maringá, foram acrescentadas mais 30 cadeiras, parte da fiação elétrica e das telhas foi reposta, a tampa de uma das fossas foi construída, não faltou mais merenda para os estudantes.
Entretanto, problemas como a falta de bebedouro, cadeiras quebradas, falta de ventiladores e estrutura mínima para salas de aula continuam. Uma das fossas ameaça desabar e muitas portas estão deterioradas e ainda sem trinco.
Um dos dois banheiros está interditado, mas atualmente serve de almoxarifado e depósito de livros. O outro está na casa doada pela associação sem pia, sem chuveiro, sem tampa para o vaso e a porta está em estado precário.
No prédio da escola funciona apenas a parte administrativa e poucas séries, já que não há salas suficientes. A maioria das aulas acontece em uma sala construída com compensados e em uma outra casa cedida pela associação dos moradores do assentamento. As salas de aula não têm mais de 20 alunos, por causa do pequeno número de cadeiras e reduzido espaço físico.
No mesmo local, os estudantes tinham aulas de reforço onde funciona um bar. Na última sexta-feira, a equipe do JTo constatou que as aulas agora são ministradas embaixo de um pé de manga, próximo a um depósito de lixo. Mesmo assim, como a escola não possui uma biblioteca estruturada, os estudantes continuam utilizando o mesmo ambiente do bar para fazer os trabalhos da escola. “Apesar de algumas melhoras, continuamos sem local adequado para trabalhar com os alunos”, disse a professora do reforço, Adna Silva.
Cristo Rei
Na escola ativa do PA Cristo Rei, a 23 km de Araguatins, que também funciona em uma casa cedida pela associação dos moradores, há mais de 50 alunos que fazem parte de turmas multi-seriadas de 1ª a 5ª série.
Entre os problemas, parte do ferro da porta e o trinco das portas foram retirados, em algumas salas não há janelas, há problemas na fiação, falta luz, quando chove os alunos sofrem com goteiras e falta cadeiras para alguns alunos. A biblioteca da escola funciona dentro da casa de uma das professoras. Na escola, no único banheiro que tem, a descarga não funciona por falta de encanação.
O JTo procurou o prefeito da cidade, Rocha Miranda, para repercutir o assunto, mas ele disse que não poderia atender a equipe por estar em reunião. (Weberson Dias – Jornal do Tocantins)
