O Tocantins é um dos quatro estados com maior incidência de trabalho escravo no país. Os dados foram divulgados após um levantamento feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Comissão Pastoral do Trabalho (CPT) e o site da organização Repórter Brasil. Nos últimos dez anos, em todo o estado, 2.808 pessoas foram libertadas de propriedades em condição análoga à de escravidão.
O levantamento foi feito através de todas as fiscalizações de trabalho escravo realizadas de maneira conjunta por Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal a partir de 1995 até 2013. Os locais com maior incidência de casos são as regiões norte, sul e sudeste do Tocantins. A cidade de Ananás com 481 casos aparece com a maior quantidade de casos, seguido de Caseara com 274, Arapoema com 190, Tocantinópolis com 174 e Darcinópolis com 140.
Para o frei Xavier Plassat, coordenador da campanha do CPT contra o trabalho escravo no Tocantins, por muito tempo o estado não deu a devida atenção ao problema. “Faz tempo que o estado nega o problema e isso se agrava quando se percebe o enorme peso do agronegócio na economia do Tocantins e existe interesse em manter esse tipo de situação no estado”, afirma.
O coordenador ainda revela que não é a primeira vez que o estado ficou em posição negativa com relação ao trabalho escravo. “Infelizmente tem sido uma continuação nos últimos anos. Em 2004, o estado ficou em segundo no ranking nacional e em 2003 foi o terceiro. Devemos resolver esse problema com medidas mais drásticas e com uma melhor fiscalização que é deficitária por aqui”, afirma.
Segundo informações do site no período entre 1995 e 2013 foram inspecionados 3.747 estabelecimentos e 47.031 pessoas em situação análoga à escravidão foram libertadas em todo o Brasil. (G1 TO. Foto: Divulgação/PRF-TO).




