Secretário do governo tocantinense por 16 anos, José Edmar Brito Miranda, que em outubro de 2009 deixou a Secretaria da Infraestrutura do Estado, é considerado um dos maiores criadores do gado nelore no Pará. A informação consta de entrevista do presidente do Sindicato Rural de São Félix do Xingu, José Wilson Alves Rodrigues, concedida à revista Expressão Pará. Conforme a reportagem, Brito seria dono de 30 mil cabeças de gado. Especialistas ouvidos pelo CT estimaram em torno de R$ 48, 3 milhões as 30 mil cabeças de gado.
A reportagem assinada pelo jornalista Idelson Gomes, cujo título é “O espelho do gado”, afirma que Brito está entre os maiores produtores da raça no Estado. “Em São Félix do Xingu a raça predominante em 90% é nelore. E os maiores produtores são: 1º Grupo Santa Bárbara – 85 mil rezes (aproximadamente), 2º Fazenda Ouro Verde (Brito Miranda) 30 mil rezes (aproximadamente) e 3º Aciole José Teixeira – 15 mil cabeças (aproximadamente)”, diz o texto da revista.
Em contato por telefone com o Portal CT, o presidente do sindicato, José Wilson Alves Rodrigues, confirmou que Brito Miranda ao qual o texto se refere é mesmo o pai do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB), cassado em 2009 pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político no pleito de 2006.
Brito Miranda
Advogado de formação, José Edmar Brito Miranda nasceu em Pedro Afonso, em 3 de janeiro de 1934. Começou a carreira política em Goiás, onde foi presidente do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Estado (Idago), além de deputado estadual de 1963 a 1991 (em 1990 assumiu a presidência da Assembleia, onde ficou até 1991).
Em 1999, assumiu o cargo de secretário de governo de José Wilson Siqueira Campos. Em 2000, ainda no mandato de Siqueira, assumiu a Secretaria da Infraestrutura do Estado. Permaneceu no cargo após a saída de Siqueira e eleição de Marcelo, seu filho, em 2002. Ocupou o cargo de 2000 até 2009, quando deixou o governo após a cassação de Marcelo.
No último ano do governo Miranda, a pasta foi alvo de diversas denúncias. Entre as mais graves estão o suposto desvio de R$ 768 milhões de um único contrato de obras do Dertins (Departamento de Estradas de Rodagem do Tocantins), subordinado à secretaria que Brito dirigia. O ex-secretário negou as acusações que são apuradas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Há também outras acusações, mais recentes, como supostas irregularidades em rodovias do Estado, como a TO-239 e TO-010. As suspeitas seriam de serviços pagos e não realizados. No caso da TO-010, há indício, conforme relatório do TCE, de pagamento de R$ 5 milhões para serviços não realizados.
Brito também foi citado em depoimento de dois acusados presos durante a operação Covil, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios de verba da Funasa no Estado. (Porta CT)




