Segundo o delegado Marcelo Falcão, mesmo com o sucesso da Operação Come Quieto que desmantelou quadrilha de traficantes, prendeu doze pessoas envolvidas na rede de viciados e fornecedores, “uma cidade tão pequena como esta e com problemas de tamanha monta, exige muito trabalho da polícia”. Ele considerou que o município, por ficar muito perto da divisa que não possui nenhum posto ou sistema eficaz de controle, é a rota principal dos fornecedores de droga da Bahia, que depois é distribuída em Almas, Porto Alegre, Natividade, Novo Jardim, Rio da Conceição, todos na região Sudeste, e até em Palmas.
Tudo é uma questão do preço e da procura que está aumentando. O crack, disse o delegado, vicia muito rapidamente, é barato, fácil de transportar e esconder e está compondo uma rede de pessoas que já foge do controle policial. O delegado lembrou que até comerciantes em Dianópolis estão mexendo com drogas.
Preços
Na Bahia, um papelote de duas ou três gramas custa R$ 3. Em Dianópolis, custa de R$ 8 a 10, dependendo da demanda e dos estoques da droga nas mãos de viciados e dos traficantes, segundo o delegado Falcão.
A rudimentar organização dos traficantes, que usam celulares roubados e até um aparelho de rádio amador, permitiu a polícia montar interceptações e “campanas” ( na gíria policial é quando o agente vigia um suspeito), que levaram ao traficante Sebastião Iris de Jesus, o “Índio”, que derrubou Lucimar Francisco de Oliveira e, como no jogo de dominó, as peças tombadas levaram mais dez pessoas.
Um cabeleireiro, o Edmar Santos; um dono de hotel, Walmir Batista de Melo, onde a polícia identificou ponto de crack e dez viciados. Um pen-drive também foi encontrado entre os objetos apreendidos. O pen-drive foi enviado à perícia para revelar seu conteúdo. Falcão acha que ali novas revelações produzirão fatos novos e outros desdobramentos na Operação Come Quieto que já interceptou 15 linhas telefônicas para chegar aos bandidos.
O delegado disse ter ficado espantado com os 3,2 quilos de maconha apreendidos com o chefão do tráfico, Lucimar Francisco de Oliveira. “A preferência pelo crack é muito maior. Uma pedra de crack produz uns dez papelotes de poucos gramas e o lucro é considerável”, disse o delegado. Ele descobriu que Lucimar é procurado por homicídio em Unaí-MG. O JTo tentou ouvir os acusados, que seguem presos na Casa de Prisão Provisória de Dianópolis, mas o delegado permitiu que fossem feitas apenas imagens deles. (Agenor Garcia – Jornal do Tocantins)




