Nenhuma mudança estrutural e organizacional será feita de início nas concessionárias do Grupo Rede adquirida pela Energisa S.A., entre elas a Companhia da Energia Elétrica do Tocantins (CELTINS). A informação é do diretor de Relações com Investidores da Energisa, Maurício Botelho, em entrevista exclusiva ao Jornal do Tocantins ontem, após a aprovação da transferência de controle das distribuidoras de energia do grupo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“Estamos estudando como será a estrutura de cada empresa. Vamos absorver as pessoas que estão nas concessionárias. A tendência do grupo é aumentar a força de trabalho diminuindo serviço terceirizado”, disse o diretor, informando ainda que não haverá mudança de nome nas distribuidoras. A Energisa tem até o dia 15 de abril deste ano para realizar a operação de transferência. “Pretendemos assumir o grupo antes dessa data, o mais rápido possível”, pontuou Botelho.
Segundo Botelho, a Energisa fará um investimento de R$ 1,2 bilhão para recuperação das concessionárias do Grupo Rede. Ainda de acordo com ele, em adicional a esse montante no âmbito da recuperação judicial está previsto um total de R$ 1,95 bilhão a ser desembolsado aos credores.
A CELTINS é uma das distribuidoras do Grupo Rede que passarão ao controle da Energisa S.A. A terceirização dos postos de trabalhos na companhia é uma das principais preocupações do Sindicato dos Trabalhadores em Energia Elétrica do Tocantins (STEET) com a transferência de controle da empresa. “O processo de recuperação prevê centralização dos serviços, o que irá ocasionar terceirização, com perda de postos de trabalhos”, disse o presidente do STEET, Sérgio Fernandes. Questionado sobre o assunto, o diretor da Energisa afirmou que a empresa pretende diminuir a terceirização e que a centralização poderá acontecer, mas de poucos serviços. “Não há nada determinado especificamente sobre isso. Você pode ter alguma centralizado de estratégia e de modelo de tipo de serviço”, respondeu Botelho.
Estado
O governo do Estado, que detém 49% das ações da CELTINS, espera que o grupo consiga se recuperar. “Esperamos que a empresa possa prestar um serviço eficiente à população”, defendeu o procurador-geral do Estado, André Matos. Nesse aspecto, o diretor da Energisa informou que a empresa teve algumas reuniões com representantes do Estado e que deve manter um bom relacionamento o governo.
Sobre a relação com os credores do Grupo Rede, a Energisa informou apenas que uma minoria questionou a recuperação judicial, mas a maior parte aderiu ao plano de recuperação.
A ANEEL estabeleceu que a contar da data de efetivação da transferência, a Energisa terá um prazo de 30 dias para enviar os documentos comprobatórios da formalização da operação, e que os interventores nomeados terão 60 dias para concluir e publicar o balanço de 2013.
Com a aquisição, a Energisa se tornará o quinto maior grupo de distribuição de energia elétrica do Brasil em número de clientes, com aproximadamente 6 milhões de consumidores e atendendo a cerca de 15 milhões de pessoas. (Jornal do Tocantins)





