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sábado, dezembro 6, 2025
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Cresce a produção de gado leiteiro no Pará

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O rebanho leiteiro de 45 famílias de oito comunidades de Ipixuna do Pará, no nordeste do estado, está sendo melhorando geneticamente a partir de inseminação artificial nas vacas. A iniciativa faz parte do Programa Municipal de Melhoramento Genético da Bovinocultura, coordenado pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em parceria com a prefeitura, Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras (Aimex) e Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri).

Em julho do ano passado, fertilizou-se o primeiro lote de animais: 534 matrizes, escolhidas pelos próprios produtores como aquelas de maior produtividade natural, receberam sêmen de touros selecionados, da raça gir.

As inseminações são subsidiadas pelo Programa, reduzindo o custo unitário para até R$ 14 reais, quando o preço padrão é de no mínimo R$ 35.

As operações são realizadas por inseminadores profissionais – técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri) cedidos para a Emater, que também é responsável pelo transporte deles até as propriedades, via duas motos por ora de uso exclusivo para a ação.

A ideia é que as próximas crias, cujo nascimento está previsto para maio, tenham pré-disposição genética à produção de leite, em termos de quantidade e de qualidade. Hoje, uma matriz comum produz até seis litros por dia; a geneticamente melhorada deve alcançar os dez litros por dia.

Esse grupo de matrizes tem caráter piloto e servirá de vitrine para que outros pequenos pecuaristas se interessem.

“A tradição aqui é cruzar a vaca de qualquer jeito, principalmente com touros nelore, cuja raça tem aptidão para carne, não para leite. O agricultor infelizmente tem dificuldade de acreditar que essa tecnologia fará diferença de verdade. Queremos provar e garantir que o rebanho do agricultor familiar tenha características genéticas favoráveis à produção de leite. Com o manejo certo, que já vem acontecendo pela assistência da Emater, alcançaremos alta produtividade”, esmiuça a bióloga e engenheira agrônoma Lidiane Silva, chefe do escritório local da Emater.

Embora a pecuária de leite seja uma das principais atividades da agricultura familiar no município, com cerca de 400 famílias atuantes, o sistema de produção é falho, com produtividade baixa e conseqüências ambientais desastrosas – já que, para fazer o pasto, o produtor acaba desmatando.

“Historicamente, a mesorregião do nordeste paraense apresenta altos índices de desmatamento, e a pecuária é um dos motivos. Só que, quanto mais produtivo for o animal, menor será a necessidade de ampliação do rebanho; e, quanto menor o rebanho, menor o pasto. Acreditamos que, com o Programa, o desmatamento provocado pela pequena pecuária irá diminuir. Até porque a agricultura familiar não se baseia na expansão desmensurada do próprio negócio: a estrutura da produção familiar é limitada pela mão-de-obra doméstica, por exemplo. O produtor vai se satisfazer com um rebanho reduzido superprodutivo”, explica o engenheiro agrônomo da Emater Valdeides Lima.

Com o aumento da produção e da qualidade do leite em Ipixuna, a tendência é que as indústrias com potencial comprador se associem às comunidades, até instalando resfriadores ali mesmo. Também se pretende acelerar outros aspectos da cadeia produtiva, como o beneficiamento, com a fabricação comercial de derivados lácteos, sob a constituição de agroindústrias.

“É necessário formar uma bacia leiteira em Ipixuna. Há produção; o que falta é organização da produção. Estamos batalhando nesse sentido”, diz Lidiane Souza. (Aline Miranda)

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