Em recente relatório elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá, as ocupações urbanas existentes no município, que fica no sudeste paraense, são apontadas como problema de origem gravíssima e que tende a saturar e transformar em verdadeiro caos o drama da moradia das classes mais pobres e que vem crescendo assustadoramente no município. Em entrevista a O LIBERAL, o advogado e coordenador da CPT em Marabá, João Batista Gonçalves Afonso, diz que o problema tem raiz na expectativa gerada pela futura implantação de inúmeros projetos previstos para serem implantados no município ao longo do anos e que têm provocado uma acelerada migração de famílias de várias partes do País, em sua maioria nordestinos.
“A população pobre está inchando as periferias da cidade em busca de um emprego que jamais vai estar ao seu alcance por não terem a qualificação exigida”, afirma João Batista. O relatório afirma que, com efeito, essas famílias acabam ficando expostas a uma situação de miséria, violência e doenças constantes. No documento, a entidade relata que somente nos últimos cinco anos cidades como Marabá, Canaã dos Carajás, Parauapebas e Ourilândia do Norte apresentaram uma explosão demográfica bastante significativa. Só em Marabá as ocupações urbanas vem se multiplicando a cada ano.
Nessa região, a média de crescimento demográfico tem ficado na casa dos 18% ao ano e o tão sonhado desenvolvimento e progresso se torna realidade apenas para aqueles que já concentram as riquezas e as rendas da área, deixando a classe pobre totalmente desassistida e a margem da exclusão. A violência crescente em Marabá é outro fator que preocupa a coordenação da CPT. Para a entidade, o crescimento desordenado dos centros urbanos, o alto índice de desemprego e a falta de alternativas têm agravado os índices de violência na cidade. (Evandro Corrêa – O Liberal)




