O Movimento Xingu Vivo Para Sempre, entidade contrária a construção da hidrelétrica de Belo Monte, denunciou esta semana que desde o final de janeiro deste ano, cerca de 400 pessoas já foram deslocadas de suas casas por conta da repentina cheia causada pelo barramento provisório de um canal do rio Xingu, na área de construção da usina.
As famílias desalojadas moram nos igarapés (pequenos braços de rio comuns na região amazônica) Ambé, Panelas e Altamira, e também nas margens urbanas do rio Xingu. Os principais bairros afetados foram o Boa Esperança, Baixão do Tufi, Açaizal, Invasão dos Padres e Jardim Idependente II. A entidade afirma que o alagamento tem atingido inúmeras moradias dos chamados baixões, os bairros mais pobres da periferia da cidade, ocupados por casas de palafita, às margens do rio e canais d’água.
Boa parte dos moradores foram deslocados pela prefeitura para o Parque de Exposições Agropecuárias de Altamira (Expoalta). Uma parcela menor foi para o Ginásio Poliesportivo da cidade, uma vez que as famílias foram pegas de surpresa pela enchente. ‘Estamos acostumados a sair no final de março, começo de abril, quando já choveu bastante e o rio enche muito’, comenta o pescador Manuel, do bairro Invasão dos Padres, que teve sua casa destruída pela cheia e está vivendo precariamente no Parque. (O Liberal)




