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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Governadores de direita usam violência no RJ como tentativa de capitalização política

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O encontro de governadores de direita realizado nesta quinta-feira (30), no Rio de Janeiro, expôs mais que um debate sobre segurança pública: revelou um movimento político articulado em torno do governador fluminense Cláudio Castro (PL) e de uma narrativa de enfrentamento ao governo federal. O evento, batizado de “Consórcio da Paz”, reuniu lideranças que despontam como possíveis nomes para a disputa presidencial de 2026, em meio a uma das operações policiais mais violentas da história do Brasil, com 121 mortos até o momento.

A proposta do grupo, segundo Castro, é articular ações conjuntas de combate ao crime organizado, compartilhando informações, equipamentos e estratégias entre os estados. Contudo, o lançamento do consórcio ocorre num contexto de críticas intensas à operação no Rio, marcada por denúncias de abusos, execuções e ausência de coordenação federal. Especialistas em segurança pública têm questionado se a letalidade extrema pode realmente ser traduzida como “eficiência”, ou se ela representa um sintoma de falência do modelo de enfrentamento armado nas comunidades.

Apesar do tom institucional, o encontro assumiu contornos políticos evidentes. Governadores como Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil), Jorginho Mello (PL) e Celina Leão (PP) aproveitaram o momento para atacar o governo Lula (PT), classificando a gestão federal como omissa e ideologicamente contrária ao combate ao crime. Zema chegou a ironizar a política externa do presidente, afirmando que Lula “organiza a paz na Ucrânia enquanto o povo morre aqui”. Já Caiado acusou o Palácio do Planalto de tentar “centralizar” o comando da segurança com a PEC da Segurança Pública, classificando a proposta como “fake”.

O discurso unificado em defesa da operação — vista pelos aliados como um “marco histórico” — também levantou dúvidas sobre os limites entre política e segurança. Castro desafiou comparações internacionais, dizendo que “ninguém portaria um fuzil em Paris, Londres ou Frankfurt e sobreviveria 30 segundos”, enquanto Mello sugeriu transformar o episódio em modelo nacional. Críticos apontam, porém, que a retórica ignora as diferenças sociais e territoriais que alimentam a violência no Brasil, e que o enfrentamento bélico tem mostrado resultados frágeis a longo prazo.

Nos bastidores, o “Consórcio da Paz” é visto como um movimento para consolidar a base bolsonarista em torno de novos líderes estaduais, diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro. O uso da segurança pública como bandeira política reacende um debate antigo: até que ponto o endurecimento das ações policiais representa um compromisso com a segurança, ou um discurso eleitoral antecipado travestido de combate ao crime?

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