A filiação do vice-governador Laurez Moreira ao PSD, oficializada neste final de semana ao lado do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, reposiciona o tabuleiro político no Tocantins. O movimento reforça sua aproximação com o senador Irajá, até aqui o mais combativo opositor ao governador Wanderlei Barbosa. O gesto, embora previsível para analistas, amplia as especulações sobre a formação de uma frente oposicionista para disputar a sucessão em 2026.
A aliança, que até o ano passado se mantinha em bastidores, ganhou corpo ao longo deste ano e agora se consolida de maneira pública. Para Irajá, que vinha atuando isolado desde a derrota para Wanderlei em 2022, a chegada de Laurez representa uma tentativa de romper com o isolamento político e conferir musculatura à oposição. Mas ainda restam dúvidas: será que a união entre os dois terá força suficiente para enfrentar o peso da popularidade de Wanderlei?
Críticos apontam que Laurez, mesmo ocupando a vice-governadoria, tem enfrentado dificuldades em construir protagonismo político. Sua adesão ao PSD pode representar tanto uma guinada estratégica rumo à independência quanto um risco de desgaste, ao assumir um papel de enfrentamento direto contra a gestão atual. Questiona-se, também, até que ponto a proximidade com Irajá não limitaria seu espaço para dialogar com outros setores do eleitorado que buscam uma alternativa menos polarizada.
Por outro lado, a presença de Gilberto Kassab no ato de filiação indica que a cúpula nacional do PSD aposta na reconfiguração do cenário tocantinense. O desafio, entretanto, será transformar essa aproximação em uma candidatura competitiva, capaz de dialogar além da oposição e construir viabilidade eleitoral concreta. A movimentação abre novas possibilidades, mas deixa no ar a pergunta central: trata-se de uma união sólida com potencial real de poder ou apenas de um arranjo momentâneo para marcar posição política?
