Há nove anos, fui convidado a integrar um grupo que me prometeu VOZ e VEZ. Acreditei na possibilidade de participar ativamente, de ser ouvido e fazer a diferença. Nesse período, dediquei-me incansavelmente à Ordem, atuando como membro e posteriormente como presidente da Comissão de Esportes; membro da Comissão do Jovem Advogado; membro da Comissão Estadual de Esportes; diretor do Clube da OAB e, por fim, diretor tesoureiro da Subseção de Araguaína-TO.
Minha trajetória foi marcada por empenho e dedicação. Como presidente da Comissão de Esportes, lutei por mudanças que trouxessem benefícios concretos para nossa saúde e lazer, como a conquista de um espaço digno para a prática esportiva, compatível com o prestígio de nossa Classe. Sob minha gestão, realizamos um dos mais notáveis campeonatos da OAB em nível estadual, promovemos a tradicional Corrida da OAB em diversas edições, incentivamos a integração entre advogados e universitários em competições com as Atléticas, e contribuí para a instalação dos tão sonhados refletores no campo do Clube da OAB de Araguaína, além da construção da piscina almejada por muitos. Esses esforços foram acompanhados por torneios, campeonatos, iniciativas e o estímulo ao futebol feminino. E, claro, sempre houve muito trabalho interno, árduo e constante, para garantir que tudo se concretizasse.
Foram nove anos de muito trabalho. Nove anos de persistência e dedicação, que culminaram em uma despedida amarga e inesperada. No dia 17 de outubro de 2024, vi desmoronar a ilusão de que pertencia a um grupo comprometido com os mesmos ideais. Nesse momento, ficou claro que a promessa de VOZ e VEZ não passava de um artifício, e eu havia sido utilizado para dar voz e alimentar o ego de poucos.
Com o benefício do tempo e a reflexão sobre as atitudes de alguns, percebo que houveram sinais, avisos de que o caminho ao meu redor não era de companheirismo, mas de interesse. Ingênuo, ignorei essas advertências e acreditei que os princípios da fraternidade e do respeito estivessem acima das ambições pessoais. Hoje, não falo em nome de política, mas sim da frustração que me foi imposta. Eu queria mais. Eu poderia ter feito mais. Porém, fui impedido, silenciado, subjugado.
Apesar de tudo, encontro consolo no fato de que minha dedicação e meu amor pela advocacia nunca dependeram da aprovação de qualquer grupo. Em uma década de OAB e nove anos de atuação direta, especialmente no fomento ao esporte, conquistei amigos, vivi intensamente a advocacia e alimentei sonhos que se mantêm vivos.
O que fica é a certeza de que continuarei a contribuir, mas agora, longe daqueles que prometeram VOZ e VEZ, pois esses valores, aprendi, nunca estiveram realmente ao alcance. Não permitirei que minha história seja definida por promessas vazias, e sigo com a convicção de que ainda há muito a ser feito, e eu estarei lá, para fazer acontecer.
Gésus Fernando de Morais Arrais, advogado, Inscrição 6167