O município de Carmolândia, norte do Estado, entra no terceiro dia sem o Chefe do Executivo, pois até a tarde de ontem o vice-prefeito, Jovercy Ribeiro Martins (PP), ainda não tinha sido notificado pela Justiça para assumir o cargo. A prefeitura está sem gestor devido ao afastamento do prefeito do município, João Holanda Leite (PR), o Bogó, preso na terça-feira, durante ação policial no município em cumprimento de mandado judicial expedido pelo juiz Adonias Barbosa.
De acordo com Martins, ele entrou em contato com a Justiça, ontem, para informações saber sobre a notificação. Segundo ele, a informação que a Justiça passou é que a notificação estaria no Fórum de Palmas. “Acho que irei a Araguaína amanhã (hoje) para ver se consigo resolver essa questão”, disse.
Já o delegado coordenador da Delegacia Estadual de Investigação de Crimes Complexos (Deic) de Palmas, Evaldo Gomes, disse que a polícia está aguardando a realização das perícias contábeis, ou seja, a análise do material apreendido durante a operação. Ainda segundo o delegado, após a análise do material, os objetos serão encaminhados para análise da Polícia Técnica.
Na apreensão foram recolhidos pela polícia notebooks, dispositivos de armazenamento (CD´S, pendrives), computadores e diversos documentos, como cópias de notas fiscais.
No depoimento prestado na quarta-feira, o delegado responsável pelo caso, Rossilio Souza Correia, confrontou o prefeito com notas fiscais que teriam sido furtadas de empresas de Araguaína, com prejuízo estimado em R$ 157 mil. Segundo o termo do depoimento, as notas foram furtadas são das empresas D & D Center Materiais de Construção, Man Cerri Presentes, Rouxinol Alimentos, Eletro Ativa e ADS Projetos e serviços.
Bogó é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de desvio de dinheiro público, uso de notas fiscais clonadas e furtadas, apropriação de dinheiro público para amigos, parentes e interesses pessoais junto a Associação Tocantinense dos Municípios (ATM), uso de dinheiro da prefeitura para proveito próprio, dispensa de licitação com superfaturamento de compras e serviços que totalizariam prejuízo de R$ 1 milhão. O prefeito está preso, em cela especial, no 6° Batalhão, em Palmas.
O prefeito é um dos 35 prefeitos do Tocantins denunciados pelo MPE, como mostrou o Jornal do Tocantins na edição de domingo.
Acusações
1 – Desvio e/ou apropriação de dinheiro público usando dois cheques da Prefeitura para comprar R$ 20.000,00 em cabeças de gado para sua fazenda;
2 – Desvio e/ou apropriação de dinheiro público usando notas fiscais clonadas e/ou falsificadas de empresas de Imperatriz, Maranhão que causou um prejuízo ao erário de R$ 17.982,85;
3 – Apropriação de dinheiro da prefeitura para proveito próprio ou alheio, beneficiando amigos e parentes junto a Associação Tocantinense de Municípios (ATM). Apurado até agora, um prejuízo de R$ 36.135,76;
4 – Crime de apropriação de dinheiro público usando notas fiscais furtadas de empresas de Araguaína, causando um prejuízo de R$ 157.000,00;
5 – Crime de dispensa de licitação, com superfaturamento de compra de serviços. Prejuízo de mais de R$ 840.039,62
(Jornal do Tocantins)




