Ocupando o segundo lugar no ranking das capitais brasileiras com maior número de mortos no trânsito proporcionalmente ao número de habitantes, de acordo com o Mapa da Violência 2011, Palmas será uma das cinco capitais do Brasil a implantar o projeto Vida no Trânsito. O projeto, lançado ontem, no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), terá o apoio dos ministérios da Saúde e das Cidades, além da Prefeitura de Palmas, governo do Estado, Organização Pan-Americana de Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros parceiros.
Conforme o estudo, em 1998 foram 22 mortes em Palmas. Dez anos depois, em 2008, esse número cresceu para 92 mortes, um aumento de 318,2%. Neste mesmo período, observa-se também que há um crescimento no número de acidentes com vítimas na faixa etária de 15 a 24 anos. Dos cinco mortos nessa faixa etária, em 1998, chegou-se a 16 no ano de 2008, o que representa um aumento de 220%.
Segundo a presidente da comissão pública para Planejamento, Desenvolvimento e Execução do projeto Vida no Trânsito, Marta Maria Malheiros Alves, o objetivo maior do projeto é reduzir pelo menos em 10% o número de mortos e feridos graves – aqueles que geram internação – da Capital.
Marta Alves explicou que, em Palmas, serão trabalhados três fatores de risco: o álcool, a velocidade e o motociclista. As ações, conforme a presidente da comissão, são nas áreas de educação, fiscalização e engenharia de tráfego. “O projeto tem duração de dois anos, dependendo dos resultados, a parceria com os organismos internacionais continua”, completou.
De acordo com o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), os acidentes de trânsito na Capital não são causados por engenharia de tráfego. Para o prefeito, o motivo, segundo ele, é a imprudência dos condutores. “Se você pegar as estatísticas, está comprovado que a imprudência, quando não é a questão do alcoolismo, é excesso de velocidade e desrespeito às leis de trânsito”, comentou o prefeito. Segundo Raul Filho, para tentar minimizar os acidentes, a prefeitura está trabalhando com a punição, com blitz e aplicações de multas àqueles que estão andando de forma irregular. A expectativa do prefeito é que com essa nova operação, os dados sejam cruzados, e seja possível definir os passos a serem seguidos.
Intervenção
O coordenador nacional do projeto, Otaliba Libânio, do Ministério da Saúde, explicou que a escolha de Palmas, como uma das capitais a executarem a ação, foi porque, além do alto índice de mortalidade, a Capital possui condições para intervir e mudar essa realidade. “Ela tem um órgão municipal de trânsito, ela tem instituições qualificadas, tem pessoal capacitado, então ela tem como enfrentar o problema”, destacou.
Além de Palmas, que representa a região Norte do Brasil, o projeto Vida no Trânsito também será executado em Campo Grande (MS), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR).
Blitz
Pela manhã, antes do evento de lançamento, os organizadores promoveram uma grande blitz, das 9 horas às 10 horas, na NS 2, em frente à Feira da 304 Sul. Além de distribuição de folhetos do evento, a blitz trabalhou com fiscalização aleatória de veículos. Uma moto foi apreendida por estar irregular.
Escolha
Única capital da Região Norte a fazer parte do projeto Vida no Trânsito, Palmas foi escolhida pelo alto índice de acidentes fatais e porque os organizadores afirmam acreditar que a cidade tem condições de melhorar o quadro. (Jornal do Tocantins)
