Após almoço com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na segunda-feira, 4, com mais quatro deputados federais do PPS, o deputado federal César Halum deve acertar hoje, quarta-feira, 6, com a senadora Kátia Abreu, sua filiação ao Partido Social Democrata (PSD). Também hoje, discutirá com a senadora seu ingresso no novo partido a deputada estadual Solange Duailibe (PT).
Halum deixou o DEM em 2009 durante a ruptura da senadora com o grupo peemedebista, encabeçado pelo então governador Carlos Gaguim, no processo de eleições indiretas para o mandato-tampão na sucessão do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) no governo do Estado após a cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Kátia e o DEM defendia candidatura própria, mas Halum, e os então deputados estaduais Angelo Agnolin (hoje, federal, pelo PDT) e Paulo Roberto, hoje no PR, sem mandato, defendiam a candidatura de Gaguim. Os três chegaram a ser processado por infidelidade partidária, mas foram absolvidos.
“Acredito que, apesar de alguns problemas regionais, não vejo nada que não possa ser superado, mas é preciso conversar para que não se repita”, disse Halum, por telefone.
A mudança partidária implicará também no ingresso de Halum na base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT). “Não tenho porque ser contra, nunca fiz discurso contra a Dilma”, disse o parlamentar. “Não vim para Brasília para ser deputado de discurso, preciso estar na base do governo para ajudar o meu povo, por isso eu vou mudar de partido; entre o partido e o povo, eu fico com o povo”, justificou.
Único federal do PPS no Estado, Halum tem enfrentado problemas velados de relacionamento com o presidente regional, Eduardo do Dertins, em torno do qual se especula que poderá acompanhar a base do governador Siqueira Campos (PSDB) na Assembleia Legislativa.
Em Brasília, integrante de um partido de oposição ao governo federal, vê problemas para emplacar pleitos a favor do Tocantins e, até mesmo para conseguir ser indicado para uma comissão, reconhece ter feito “muita ginástica”. O novo partido, avalia Halum, terá força no Congresso. “Deve nascer com mais de 40 deputados federais e entre cinco ou seis senadores”, disse.
Petistas
Já a deputada estadual Solange Duailibe que também se reúne hoje à noite com a senadora para discutir a filiação, aponta como principal razão o processo disciplinar que ela e o esposo, o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT) enfrentam na Comissão de Ética do partido.
Os dois apoiaram o candidato ao Senado João Ribeiro (PR) e detrimento da candidatura de Paulo Mourão (PT) após a celeuma em torno da retirada da candidatura de Mourão ao governo para adesão à chapa de Carlos Gaguim (PMDB). “Dezenas de vereadores e outros filiados tomaram a mesma atitude e só nós vamos ser julgados, eu não tenho como permanecer no PT”, disse a deputada, que acredita, também, na filiação de Raul ao novo partido.
No encontro de hoje, um tema a ser acertado será o futuro de três vereadores de Palmas que integram a base da parlamentar: o presidente da Câmara, Ivory de Lira, e Milton Néris, petistas e Norton Rubens (PRB). (Jornal do Tocantins)
