Mais de 270 pessoas estiveram, durante a tarde de segunda-feira, 5, em frente ao Centro de Informações da Usina Hidrelétrica do Estreito (UHE Estreito) e outras 100 estão acampadas ao lado do escritório do Consórcio Estreito Energia (Ceste) – responsável pela obra – em Filadélfia. Os manifestantes ameaçam fechar escritórios do consórcio nas cidades atingidas pela barragem (o de Babaçulândia, foi fechado há nove dias) e pedem que as profissões ligadas ao rio, como pescadores, barqueiros e barraqueiros, além de extrativistas e mototaxistas, sejam considerados como impactados.
Na colônia de pescadores da vizinha Carolina (MA), a reclamação é que o peixe já está em falta. “Desde o estouro das dinamites, os peixes deixaram de subir. O peixe vai desaparecer e nós seremos impactados. Como nós vamos sobreviver se só sabemos pescar?” questiona um pescador que faz parte da colônia há sete anos e que preferiu não identificar-se. Os manifestantes reivindicam uma reunião com o Ceste, com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Público Estadual (MPE-TO) para deixarem o local. Em nota, o Ceste afirmou que “subsidiou emissão da licença ambiental prévia, diagnosticou e avaliou as interferências sociais e ambientais geradas pela implantação da usina”. Lembra que “94% das indenizações de proprietários de imóveis que optaram pela venda para o consórcio já foram efetivamente pagas”. (Jornal do Tocantins – Weberson Dias)