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sexta-feira, dezembro 5, 2025
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Rio Xingu já começa a ser represado

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Máquinas e operários começaram a fazer as primeiras intervenções no rio Xingu, onde será construída a hidrelétrica de Belo Monte. No trecho que margeia o Sítio Pimental, onde ocorrerá o barramento do rio, está sendo feita a primeira ensecadeira – pequena barragem para desviar parte do curso da água e permitir a construção do ‘paredão’ da barragem definitiva. É a primeira de três ensecadeiras para a construção da grande barragem. Outra menor está prevista, próxima à casa de força do Sítio Belo Monte, à altura do km 50 da Transamazônica. A ilha em frente à obra, onde passará o barramento, já está sendo desmatada.

A autorização foi dada pelo Ibama, que prevê a derrubada de 5 mil hectares de floresta. Moradores das comunidades e aldeias mais próximas afirmam que ninguém foi avisado do inicio da construção da ensecadeira. ‘Estão assassinando nosso rio’, disse Josinei Arara, da aldeia Paquiçamba. ‘De acordo com o geógrafo Brent Millikan, coordenador da ONG International Rivers no Brasil, os impactos das ensecadeiras já ameaçam o rio. ‘Na usina de Santo Antonio, no rio Madeira, por exemplo, muitos peixes ficaram presos entre as ensecadeiras e morreram’.

Segundo os moradores, uma grande preocupação é a navegação. ‘Não sabemos como vamos atravessar essas barragens, se eles fecharem o rio’, explica um dos barqueiros. De acordo com os indígenas da aldeia Arara da Volta Grande, a Norte Energia apresentou duas animações de um sistema de ‘transposição’, feito por um guindaste, que suspenderia os barcos e os atravessaria no barramento. O início do desvio das águas do Xingu só foi possível graças à derrubada de uma liminar que proibia o Consórcio de Belo Monte de fazer quaisquer obras no leito do rio.

Em meados do ano passado, a Associação dos Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat) entrou com uma Ação Civil Pública argumentando que Belo Monte acabará com a pesca ornamental, tendo recebido uma liminar favorável no final de setembro. Em dezembro, o mesmo juiz que deu a liminar reviu sua decisão e derrubou a liminar, acatando o argumento da Norte Energia, de que não há pesca ornamental no Xingu. Apesar da liberação das obras, ainda permanecem sem julgamento 11 ações judiciais do Ministério Público Federal contra Belo Monte. A mais antiga delas, iniciada em 2006, pode chegar ao Supremo Tribunal Federal este ano. (O Liberal)

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