Começou na manhã desta quarta-feira (29) no Fórum de Belém o julgamento de Márcia Nassar, acusada de planejar e encomendar a morte do marido, o ex-deputado e médico José Nassar Neto, assassinado em maio de 1997. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), o julgamento começou por volta de 10h, após a escolha do Conselho de Sentença formado por sete mulheres. Os peritos Paulo Roberto Bentes e Washinton José Santos serão os primeiros a depor, seguidos do delegado Sérvulo Cabral Galvão, que presidiu as investigações na época do crime. Outros sete peritos e um delegado foram dispensados. Outras três testemunhas de acusação serão ouvidas, incluindo a mãe da vítima, Jacira Nassar, de 82 anos. Também estão previstos os depoimentos de quatro testemunhas de defesa, entre elas a filha de José e Márcia Nassar, Yasmin Luana da Silva Nassar.
José Nassar Neto foi assassinado em 30 de maio de 1997, dentro da casa em que morava no conjunto Maguari, em Belém. Dois homens invadiram o imóvel do ex-deputado e atiraram duas vezes na sua cabeça. De acordo com a acusação da promotoria, Manoel Barreto seria namorado da ex-esposa de Nassar Neto, Márcia Nassar, e os dois foram apontados como os mandantes do crime. Na sexta-feira (24) Barreto foi considerado culpado pelo júri e foi condenado a 17 anos de prisão.
De acordo com a acusação, Márcia Nassar planejou a morte do marido em parceria com o amante Manoel Barreto, e pagaria o valor de R$ 10 mil para os executores e intermediários do crime, que seria motivado pelo interesse de Márcia em receber benefícios deixados pelo ex-deputado.
Clodomir Araújo é o advogado responsável pela defesa da ré e a promotora de justiça Rosana Cordovil vai atuar na acusação em conjunto com o advogado Osvaldo Serrão, assistente de acusação habilitado ao processo pela mãe da vítima.
Julgamento
Na sexta-feira (24) dois outros acusados de envolvimento no crime foram julgados. Manoel Barreto foi considerado culpado de ser um dos mandantes do crime e foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado. Francisco Dias foi absolvido da acusação de ser um intermediário do crime, mas a promotoria anunciou que vai recorrer da sentença.
Executores do crime
Em sessão anterior, realizada em setembro de 2014, o Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri de Belém, formado sete pessoas, após 11 horas votou pela condenação de Benardino Colares Nunes, conhecido por Edson ou Nadinho, acusado de ser um dos executores do ex-deputado. A pena, fixada em 20 anos e 10 meses de prisão, terá que ser cumprida em regime inicial fechado. Na sentença, a juíza decretou a prisão do condenado, que respondia o processo em liberdade.
Na mesma sessão, também foi julgado e absolvido por insuficiência de provas, Daniel da Silva Pantoja. A defesa de Bernadino Nunes foi promovida pelo defensor público Rafael Sarges e a de Daniel Pantoja, pelo defensor público Alessandro Oliveira. A acusação ficou sob a responsabilidade da promotora Rosana Cordovil, e dos advogados Ivanildo Alves e Márcio Miranda Nassar, sobrinho da vítima.
Entenda o caso
Na época do crime, a polícia apurou que os executores, após matarem a vítima, fugiram em um carro que estava na casa de José Nassar Neto, abandonando-o na avenida Augusto Montenegro, a poucos quilômetros do local do crime. Os dois executores, Bernardino e Francisco Dias, foram presos logo após e confessaram o crime.
Em depoimento, os executores afirmaram que a viúva pagaria R$ 3 mil, mas depois esse valor depois foi alterado, eles passaram a sustentar que o casal pagaria no total R$ 8 mil, valor que a mulher teria levantado com a venda de um automóvel que possuía, e que teria sido adquirido com os recursos do ex-parlamentar.
Os dois respondem ao processo em liberdade, e o julgamento de cada um deveria ocorrer nos dias 9 de outubro e 27 de novembro de 2014, mas foi retirado de pauta e transferido para 2015.




