Água de coco, água mineral e suco são bebidas que matam a sede de milhares de pessoas que andam pelas ruas de Belém e, principalmente, daquelas que estão caminhando sob o sol do meio-dia. Segundo uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o consumo dessas bebidas aumentou devido ao calor que faz na Região Metropolitana de Belém (RMB) e o preço, consequentemente, também aumentou.
A pesquisa avaliou os reajustes nos preços das bebidas mais consumidas nos últimos 12 meses. A grande maioria está 6,5% acima da inflação estimada. Nos supermercados, o preço do refrigerante em lata de 350 ml varia de R$ 1,32 a R$ 1,85. Nos restaurantes, bares e vendedores ambulantes, o mesmo produto custa entre R$ 3 e R$ 4. Já a lata de cerveja de 350 ml custa entre R$ 1,40 e R$ 2,80 nos supermercados e entre R$ 3,50 e R$ 4 nos demais estabelecimentos e locais.
Até mesmo a água de coco, rica em vitaminas e encontrada em abundância em nossa região, é comercializada entre R$ 2,50 a R$ 3, deixando lucro liquido de 100% ao comerciante. O suco de fruta natural, regional ou não, sofreu aumento por causa do valor da fruta comercializada em feiras e supermercados de Belém: pode custar entre R$ 2,50 e R$ 4.
Nos supermercados, o preço do copo de água mineral de 200 ml varia de R$0,33 a R$0,45, enquanto a garrafa de 300 ml custa de R$ 0,55 a R$ 0,65. Na pesquisa contatou-se que em bares e restaurantes este valor dobra, enquanto nas ruas de Belém o valor fica entre R$ 1 e R$ 1,50. E é bom preparar o bolso, pois o Dieese alerta que os altos valores devem permanecer.
A estagiária Andriely Tavares, 21, não percebeu o aumento do valor da água mineral engarrafada que tomava enquanto esperava o ônibus. “Acho que o preço de R$1 tá bom, mas costumo levar minha própria garrafa de água para não ficar gastando sempre com uma coisa que tenho de graça em casa”, diz ela.
CALOR CONTINUARÁ
Segundo o Coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), José Raimundo Abreu de Sousa, as altas temperaturas deverão permanecer até meados de novembro. Em agosto deste ano, o Inmet detectou a maior temperatura histórica do período, quando chegou a fazer 34,4° e a sensação térmica foi de 37°, em média. Ainda segundo os estudos do Inmet, o mês de setembro deverá registrar outra grande alta na temperatura.
Vários fatores vêm causando o aumento nos temômetros na capital, explica o coordenador. “Primeiro porque em agosto as chuvas foram mal distribuídas. Em 12 dias houve chuva e tivemos 19 dias sem chuva. As nuvens estão mais limpas e transparentes, o que ocasiona aumento na radiação solar que chega à superfície. O asfalto absorve o calor e o concreto reflete esse calor. Além disso, há as emissões de gases dos automóveis. Também foi registrado que a sensação térmica de uma pessoa em exposição ao sol chega a ser até 4° a mais da temperatura real”, esclarece Sousa.
(Diário do Pará)




