O Tocantins será o segundo Estado que intensificará o combate vetorial utilizando o mosquito Aedes Transgênico para redução populacional da espécie. Esta ação está inserida no PAT – Projeto Aedes Transgênico e representa uma alternativa promissora para minimizar um dos grandes problemas endêmicos do mundo: a dengue.
De acordo com o Diretor de Vigilância das Doenças Vetoriais Reemergentes e Controle de Zoonoses da Sesau – Secretaria de Estado da Saúde, Whisllay Maciel Bastos, o primeiro Estado a realizar esta experiência foi a Bahia. O PAT é conduzido pela médica Margareth Capurro, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo e desenvolvido no Vale do São Francisco, na cidade de Juazeiro.
Em março deste ano, o município sediou o Workshop Internacional sobre o uso de Aedes Transgênico no Controle Populacional e teve como principal objetivo apresentar à comunidade científica do Brasil e do exterior, bem como aos gestores de saúde, os resultados obtidos com o Projeto Aedes Transgênico – PAT, após um ano de seu inicio e implantação.
Para o diretor Whisllay Bastos “essa estratégia é muito inteligente e eficaz ao utilizar um mosquito macho modificado para combater a própria espécie. Os resultados da liberação em apenas um ano, mostram uma redução expressiva da população de Aedes aegytpi selvagem, e terá resultados ainda melhores se for incorporada às nossas ações de controle do vetor e da doença”, destaca. Bastos informa ainda que o próximo passo, após receber a autorização das agências governamentais, será envolver as secretarias municipais, bem como instituições de pesquisa e ensino além de efetuar parcerias para implementar o projeto no Tocantins, o que deve ocorrer antes do próximo período de chuvas e, com isso, reduzir o número de caso de dengue no Estado.
Para o pesquisador Aldo Malavasi, diretor da Moscamed, é uma das prioridades do projeto expandir a pesquisa para o Tocantins, devido a competência e o comprometimento da equipe de vigilância estadual.
Este projeto tem atraído a atenção de pesquisadores renomados de vários países, sendo notícia constante na mídia nacional e internacional.
“Com o PAT e a ajuda de toda a população podemos alcançar resultados promissores para a erradicação da dengue no nosso Estado” avalia o secretário de Estado da Saúde, Nicolau Esteves.
Entenda o PAT
Em fevereiro de 2011, foram iniciadas no Brasil as liberações de mosquitos machos de Aedes aegypti de uma linhagem transgênica para combate ao transmissor do vírus da dengue. A produção dos mosquitos é realizada na Biofábrica Moscamed Brasil.
Esta linhagem, denominada de RIDL OX513A, produz mosquitos que são geneticamente modificados e que carregam um gene responsável pela morte das larvas durante seu desenvolvimento. O macho transgênico modificado passa essa informação para sua prole e estes não são capazes de atingir a fase adulta.
O projeto desenvolvido pela Moscamed Brasil é fruto da parceria com a Universidade de São Paulo – USP e a empresa britânica Oxitec, e tem apoio financeiro do governo da Bahia, através da Secretaria de Saúde – SESAB e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – SECTI.




