O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, destacou, em entrevista à CNN Brasil neste sábado (23), a estimativa de arrecadação de R$ 2,5 bilhões com a venda de créditos de carbono gerados pelo estado entre 2020 e 2030. O montante dependerá do sucesso na redução do desmatamento e degradação florestal. O anúncio ocorre após a apresentação do Programa Jurisdicional REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) na COP 29, no Azerbaijão, onde o Tocantins submeteu oficialmente o documento de registro ao padrão ART TREES, um marco histórico no mercado de carbono brasileiro.
Segundo o governador, o estado já firmou contratos no setor, como o acordo com a multinacional suíça Mercuria Energy Trading, e espera receber R$ 1 bilhão até 2025 com a venda de 20 milhões de toneladas de créditos de carbono. Barbosa explicou que os recursos serão distribuídos entre comunidades tradicionais e ribeirinhas (25%), agronegócio (25%) e áreas como infraestrutura, educação, saúde e rodovias (50%), reforçando a integração entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico.
Wanderlei Barbosa ressaltou o alinhamento entre crescimento econômico e preservação ambiental. “Estamos em amplo crescimento econômico, mas precisamos preservar nossas matas e nascentes. Já somos o maior produtor de grãos do Norte do país, e o setor tem migrado da pecuária para grãos, aproveitando áreas já abertas para produção sustentável”, destacou.
Durante a COP 29, o Tocantins foi apresentado como um estado atrativo para investidores do mercado de carbono, com políticas de segurança jurídica e combate a crimes ambientais. “Buscamos investidores responsáveis, alinhados ao desenvolvimento sustentável, que respeitem nossas leis e a preservação ambiental”, concluiu Barbosa. (Foto: Juliel Fernandes)