A PF – Polícia Federal, durante a Operação Ateneia, prendeu seis pessoas, quatro homens e duas mulheres, envolvidas com o tráfico de mulheres de 18 a 24 anos para a exploração sexual. A quadrilha aliciava as vítimas no Tocantins, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia, e São Paulo e as levava para Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Araguaína.
As prisões aconteceram duas em Aparecida do Taboado (MS), onde a PF apreendeu cadernetas com nomes e contas feitas em nome das mulheres; outras duas em Parnaíba (MS), onde a PF prendeu mãe e filho e apreendeu um computador com fichas das aliciadas e outros documentos comprobatórios. Os quatro foram encaminhados para Jales (SP), e depois serão conduzidos para a Casa de Custódia de Araguaína. Uma quinta pessoa foi presa em Frutal (MG) e a sexta em Araguaína. As identidades das seis pessoas presas não foram reveladas pela PF.
Segundo o delegado da PF de Araguaína, Gustavo Bulboz, a quadrilha aliciava mulheres, entre elas menores, e as levava para outros estados, onde faziam trabalho rotativo. “Uma garota não ficava muito tempo trabalhando no mesmo bordel”, afirmou Bulboz. A PF iniciou as investigações em 2009, quando a mãe de uma das garotas, a qual a quadrilha havia aliciado, contou à polícia sobre o suposto envolvimento da filha, que já se encontrava em outra cidade.
Vítimas
As vítimas eram de origem pobre e moravam em periferia; algumas achavam que iriam trabalhar em outro lugar, mas outras sabiam que trabalhariam na prostituição. Para as menores de idade, eram feitos documentos falsos para despistar as autoridades que poderiam abordar a quadrilha no trajeto de viagem e até mesmo caso houvesse alguma fiscalização nos bordéis. Segundo a PF, uma provável menor foi conduzida com suspeita de documentos falsos na cidade de Frutal (MG).
“Quando chegavam (aliciador e vítimas) ao local de trabalho, a pessoa da quadrilha do determinado estado levava a garota para fazer compras, assim já surgia o compromisso para pagar a dívida posteriormente,” explicou Bulboz. Era uma forma da quadrilha assegurar que as garotas ficassem nos bordéis.
Araguaína
A mulher presa em Araguaína é dona de uma agência de turismo, acusada de aliciar e recrutar garotas e de usar os ônibus de sua empresa para levar as mulheres para outros estados.
A PF suspeita ainda que essa organização criminosa esteja envolvida no assassinato de um de seus integrantes. Segundo Bulboz, um homem assassinado a tiros no final de 2009, Robson Dias Arruda, conhecido como Marquinhos, seria integrante da quadrilha. Para o delegado, sua morte teria sido por ele ter revelado informações e formas de recrutamento das garotas em Araguaína. As garotas maiores de idade retornarão a seus lares. As menores de 18 anos serão avaliadas pelo Juizado de Infância e Juventude e Conselho Tutelar. Calcula-se que desde do início do ano passado, mais de 80 garotas foram exploradas. (Lara Francielly – JT)




