Um dia depois do conturbado processo eleitoral para escolha do presidente e demais cargos da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa (AL), que resultou na eleição do deputado Raimundo Moreira (PSDB) para o comando da Casa, já havia sinais claros de mudança na composição partidária. A começar pela deputada Solange Duailibe, que anunciou sua saída do PT. Ela disputou a presidência com Moreira e, sem obter o apoio de seu próprio partido, perdeu a disputa.
Segundo a petista, ela já está certa de que não irá continuar na sigla. No entanto, Solange não definiu quando irá concretizar a mudança, apenas ponderou que irá trabalhar a medida para que a saída do PT seja realizada com segurança do seu mandato.
De acordo com a deputada, ela ainda não pensou para qual partido pretende ir, alegando que as coisas devem ser feitas uma de cada vez. “Não pensei em nenhum partido. Você acredita? Eu quero um partido que me respeite. Que não sofra descriminação, preconceito, como eu sofro no Partido dos Trabalhadores”, completou.
O presidente regional do PT, Donizeti Nogueira, disse, ontem, ao Jornal do Tocantins, que preferia não comentar sobre o assunto. “Os ânimos estão muito exaltados neste momento”, alegou. Solange é esposa do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT). Procurado pelo JTo para comentar a decisão da mulher, ele não foi encontrado.
Blocos
O anúncio da saída de Solange do PT não é a única mudança na composição do Legislativo, pois os deputados de agora em diante seguem com outra preocupação: a formação dos blocos e principalmente a composição das dez comissões parlamentares da AL. Entre elas, a de Constituição, Justiça e Cidadania; a de Finanças e a de Fiscalização e Controle.
Essas indicações parlamentares para formação dos blocos e comissões, conforme o regimento interno da AL, podem ser feitas num prazo de cinco dias após a posse da nova Mesa Diretora, que foi realizada na terça-feira, dia 1º. No entanto, apesar de ainda não ter nenhuma posição definitiva sobre essa composição, contando que a definição dos membros de cada uma das comissões depende da indicação dos blocos, os deputados das duas bancadas, oposicionista e situação, iniciaram ainda ontem essas discussões em reuniões distintas.
Comissões
Com base no Regimento Interno da AL, após a formação dos blocos, os partidos que alcançarem um coeficiente de representação indicam membros para compor as dez comissões. O coeficiente é resultado da divisão do número de deputados na Casa, 24, pelo número de membros nas comissões (5), desprezando a parte fracionária. Assim, o coeficiente é 4. Depois, o número de membros de cada bloco é dividido pelo coeficiente de representação e assim chega-se ao número de representantes de cada bloco nas comissões. (Jornal do Tocantins)
