Depois de uma tentativa de suborno, o candidato ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) José Reginaldo Ruivo da Silva, 46 anos, foi preso pela Polícia Federal em flagrante na última terça-feira pela Polícia Federal (PF). José Reginaldo tentou subornar o presidente da comissão de exame da OAB, o advogado Antônio Yanowich Filho, em troca da sua aprovação no certame 2010/3.
Segundo o presidente da comissão, o candidato disse ser de São Paulo e fez o seu primeiro contato em janeiro deste ano. Depois de receber a proposta do advogado, Yanowich procurou a Polícia Federal para relatar a tentativa de suborno, quando foi orientado a continuar o contato com o infrator para montar um flagrante.
No dia 8 de fevereiro José Reginaldo e Yanowich, acompanhados por agentes da PF, tiveram o primeiro encontro onde o candidato voltou a reforçar suas intenções. De acordo com o presidente da comissão, ele insistiu que queria de qualquer forma sua aprovação na prova. “Ele disse que não interessava como, mas que eu o ajudasse ou o incluísse na lista dos aprovados”, comentou. Na ocasião, foi sugerido pelo candidato a possibilidade dele ter acesso à prova ou ao gabarito com antecedência.
Questionado sobre o acesso a esse material, Yanowich disse que só quem tem acesso é a Fundação Carlos Chagas (FCC), responsável pela aplicação da prova e não teria nenhuma possibilidade disso acontecer.
O segundo encontro entre os interessados aconteceu na última terça-feira, 15 de fevereiro, quando mais uma vez José Reginaldo reforçou a tentativa de suborno. Na ocasião, conforme Yanowich, o candidato já estava inclusive com os R$ 5 mil que seria para o pagamento da primeira parcela, de um total de R$ 10 mil. A segunda parcela seria paga depois da aprovação do candidato no exame.
Prisão
Depois de confirmada a tentativa de suborno, os agentes da PF, que também acompanhavam a negociação, deram voz de prisão ao candidato, que foi conduzido à Superintendência da PF para lavratura do auto de prisão em flagrante.
Conforme informações da PF, a prisão do candidato, baseado na sua conduta, está prevista no artigo 333 do Código Penal. A pena pode variar de 2 a 12 anos de reclusão. José Reginaldo Ruivo da Silva continua na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPP).
Lição
Para o presidente da comissão, esse caso serve de modelo para acabar com a ideia de que no Tocantins tudo se consegue com mais facilidade. Yanowich reforçou que a OAB cumpriu o seu papel e agiu com ética. “As pessoas não têm que vir de fora achando que aqui vão conseguir as coisas com mais facilidade. A OAB do Tocantins não admite esse tipo de situação. Aqui existe legislação, não é uma terra sem leis”, enfatizou.
Flagrante
Antes do encontro que possibilitou o flagrante, Antônio Yanowich foi à sede da PF onde se equipou com filmadora e gravador para que pudesse documentar a tentativa de suborno. (Jornal do Tocantins)




