Com 38 anos, o pescador Francisco Mendes levou o pai, o aposentado João Dias Santos, de 92 anos, para fazer exame de DNA para o reconhecimento da paternidade. “Sempre tive meu pai presente em minha vida, mas agora com a sua idade avançada era meu desejo registrar seu nome em meus documentos, mas não tinha dinheiro para fazer o exame. Ele sempre me cobrou por que não assinava seu sobrenome, e agora terei um sonho realizado. Sei que o importante é tê-lo ao meu lado e que isso bastaria, mas também sei que ter documento é importante e necessário, e preciso ter seu sobrenome para passar para meus filhos no futuro”, disse emocionado Francisco.
Histórias de vida como a de Francisco, assistido da Defensoria Pública, mostra a importância do Mutirão de Conciliação, realizado nesta terça-feira, 18, em Tocantinópolis, que atendeu cerca de 500 pessoas; sendo realizados 70 exames de DNA, beneficiando 280 pessoas. O atendimento aos Assistidos foi feito pelos defensores públicos Maria Sônia Barbosa, Mary de Fátima Ferreira, Claudia de Fátima Pereira, Isakyana Ribeiro e Denise Soares Leite.
A doméstica R.P., de 24 anos, procurou a Defensoria Pública para fazer o exame de DNA para reconhecimento do pai de seu filho de seis anos, desejando a aproximação entre os dois. “Nunca teria como fazer este exame e como o pai tem dúvidas quanto à paternidade do meu filho, é mais que hora de ele ter a certeza, e estar mais perto dele. Hoje é um dia especial para mim”, disse.
De Luzinópolis, L.R.C., de 25 anos, veio à Defensoria em Tocantinópolis para registrar os dois filhos com os nomes dos pais. “Sou tudo na vida deles, mas preciso de ajuda, de pensão, e acho que os pais deles deveriam lutar para estarem presentes na vida dos filhos também; eles têm responsabilidades. Com o registro nos documentos tudo vai mudar, mas não quero que sejam pais só no papel, e sim que meus filhos tenham outro apoio e possam contar com eles”, disse a dona de casa.
Para a defensora pública Denize Souza, “como o exame de DNA é o meio de prova mais avançado para identificar a paternidade, esta iniciativa da Defensoria Pública estimula as pessoas carentes que necessitam deste exame a buscar nossa Instituição para resolver o impasse em que vivem, porque o resultado negativo exclui a paternidade, mas se positivo, garante à comunidade assistida um complexo de direitos e obrigações que advém deste reconhecimento. Sendo assim, mutirões como este, hoje realizado em Tocantinópolis, são importantes instrumentos de pacificação social”, reforçou a Defensora Pública.