O índice de infestação em humanos e animais por leishmaniose visceral, popularmente conhecida como calazar, têm aumentado no município de Tocantinópolis. Até o momento, a Secretaria Municipal de Saúde já notificou 50 casos em humanos, sendo 9 positivos: 5 em adultos e 4 em crianças menores de dez anos. 747 cães foram examinados, 407 tiveram resultado positivo.
Para conter a proliferação da doença, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenação da Vigilância Epidemiológica realiza ação de pulverização nos bairros com maior incidência de casos.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Maria Vandecy Soares Ribeiro, pede a compreensão e colaboração dos moradores quanto aos serviços realizados pelos agentes de endemias durante as visitas domiciliares. “Queremos a colaboração da sociedade para estar nos ajudando nesse sentido, de estar permitindo o acesso dos agentes de endemias durante os procedimentos tanto da coleta do sangue animal, borrifação, como o recolhimento dos animais que tiveram resultado positivo após realização de exames. Caso contrário, teremos que acionar a justiça”, pontuou.
Além da borrifação, algumas ações estão sendo realizadas para diminuir a incidência do calazar entre animais e seres humanos: a eliminação de reservatórios dos mosquitos transmissores; captação de cães contaminados para exames de comprovação laboratorial e eutanásia.
Dados
De acordo com dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, nesses sete primeiros meses de 2017, foram examinados 747 cães. Destes, 407 tiveram diagnóstico positivo da doença, e 277 eutanasiados. Maria Vandecy explica que tanto a borrifação quanto o inquérito canino deverá ser feito durante três anos divido em dois ciclos: o primeiro que compreende até o mês de julho, e o segundo até o mês de novembro. “Não estamos conseguindo alcançar nossa meta, pois a população não tem cooperado. Temos que borrifar a cada mês 495 casas no primeiro e segundo ciclo, bem como coletar 345 inquéritos caninos, independente do cão está doente ou não”, informou.
Polêmica
A eutanásia dos animais doentes como forma de controle da doença é tema polêmico entre veterinários. Muitos defendem o tratamento do calazar em animais, por acreditar na possibilidade de cura, no entanto, ainda não há cura da doença em animais, sendo o sacrifício o método mais adequado. Uma portaria intersetorial, publicada em 11 de julho de 2017, proíbe o tratamento de leishmaniose visceral canina com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A prática é adotada por alguns profissionais. A proibição visa, dentre outras ações, diminuir o risco à saúde humana. (Dirceu Leno)




