Um episódio registrado nesta sexta-feira (19) em Tocantinópolis, no Bico do Papagaio, reacendeu o debate sobre a precariedade da estrutura pública voltada ao atendimento pós-morte no Tocantins. Moradores relataram e registraram a presença de um corpo deixado no gramado do cemitério municipal, situação que causou surpresa, indignação e questionamentos nas redes sociais e na comunidade local.
De acordo com as informações apuradas, a ocorrência estaria relacionada à inexistência de um necrotério adequado no Instituto Médico Legal (IML) da cidade para a guarda de corpos em avançado estado de decomposição. A vítima foi identificada como Fernando Costa Roxo, de 20 anos. O sepultamento ocorreu na manhã deste sábado (20), após os procedimentos possíveis dentro das limitações estruturais existentes.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins informou que irá apurar as circunstâncias, além de realizar uma análise técnica para avaliar quais investimentos são necessários para evitar que situações semelhantes se repitam. Segundo a pasta, a medida adotada teve como objetivo preservar a saúde dos servidores, já que a manutenção do corpo no IML, sem condições apropriadas, poderia gerar riscos sanitários.
O caso expõe um problema estrutural que vai além do episódio isolado e lança luz sobre a realidade enfrentada por municípios do interior, especialmente no Bico do Papagaio. A ausência de equipamentos adequados, aliada à sobrecarga dos serviços públicos, levanta questionamentos sobre planejamento, investimentos e a garantia de procedimentos mínimos de dignidade e segurança, tanto para os trabalhadores quanto para as famílias envolvidas.
