O Tocantins registrou um aumento de 17,9% no número de mortes causadas por armas de fogo entre os anos de 2000 (123) a 2010 (145). Os dados são do Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo, divulgado na última quarta-feira. Apesar do aumento, o Estado caiu no ranking nacional, passando de 17º para 22º lugar. Em relação à taxa de óbitos no Tocantins, ela permaneceu quase estável, de 10,6 para 10,5.
O primeiro lugar da lista é ocupado pelo Estado de Alagoas, que antes estava em 9º e registrou crescimento de 215,2% na década pesquisada. No Estado, as maiores vítimas desse tipo de violência são homens e negros, na faixa etária dos 15 a 29 anos.
De acordo com o levantamento, na região Norte, o estado do Pará atua como carro-chefe desse crescimento, quase quintuplicando o número de mortes no mesmo período, chegando a um aumento de 398,5%. Já no Nordeste, o Estado em destaque com maior índice de crescimento é o Maranhão, cujo número de vítimas cresceu 344,6% na mesma década.
Em todo o Brasil, nos últimos 30 anos, um total de 799.226 pessoas morreram vítimas de armas de fogo, um aumento expressivo de 346,5%, visto que nesse período as vítimas passam de 8.710 no ano de 1980 para 38.892 em 2010. O levantamento considerou que nesse intervalo houve um crescimento de 60,3% da população do País. Entre os jovens de 15 a 29 anos esse crescimento foi ainda maior: passou de 4.415 óbitos em 1980 para 22.694 em 2010, ou seja, 414% nos 31 anos entre essas datas.
Características
Outras características que o mapa permitem verificar são o sexo, a raça e cor das vítimas. Para cada 100 mil habitante morreram, proporcionalmente, 88,4% mais pretos que brancos. Já as taxas de óbitos dos pardos são 156,3% maiores que a dos brancos. No Tocantins, a taxa de vítimas do sexo masculino para cada 100 mil habitantes é de 19,1, contra 1,6 do sexo feminino. Já o número de negros é predominante sendo taxa de 11,8, contra 6,8 de mortos brancos.
Conforme o mapa, o alto crescimento das mortes por armas de fogo no Brasil foi puxado, principalmente, pelos homicídios, que cresceram 502,8%, enquanto os suicídios com armas de fogo aumentaram 46,8% e as mortes por acidentes caíram 8,8%. No Estado, foram 125 homicídios, 14 suicídios, cinco acidentes e um considerado indeterminado.
Palmas
Na Capital, entre 2000 e 2010, a pesquisa verificou aumento de 4,8% no número de óbitos, passando de 21 para 22 casos. No entanto, em relação à taxa, que leva em consideração a população de 100 mil habitantes, houve redução de 37%, passando de 15,3 para 9,6. A taxa deixa a Capital em penúltimo lugar no ranking nacional. Em último está Boa Vista (RR), com 7,4, enquanto a maior taxa é a de Maceió (AL), com 94,5.
O levantamento foi realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e teve como objetivo traçar um panorama da evolução da violência letal no período entre os anos de 1980 e 2010.
Repercussão
Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, João Fonseca Coelho, a realidade de homicídios no Estado é considerada satisfatória e a meta é reduzir ainda mais os números. “Como política pública, nós assinamos um convênio com o Ministério da Justiça e aderimos à Campanha Nacional de Desarmamento”, disse, acrescentando que em todo o Estado são 13 postos de entrega de armas.
Coelho destacou também que a intensificação da presença da polícia nas ruas é outro trabalho que visa dar mais segurança ao cidadão tocantinense. (Jornal do Tocantins)




