Apesar de o mês de janeiro mostrar uma queda na quantidade de chuvas em relação ao ano passado, o primeiro trimestre deste ano registrará índices pluviométricos (nível da água da chuva) para a Região Metropolitana de Belém maiores. Fevereiro apresentará um aumento nas chuvas, que variará entre 400 a 450mm (milímetros), em comparação com os 332.4 coletados no ano passado. Em março, deve chover em média de 479 a 527 mm, superior aos 421 a 478 mm em 2011.
Segundo o Boletim Climático da Amazônia, fornecido pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), os meses de inverno serão o auge da estação chuvosa na Amazônia, principalmente por influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul que tem sua máxima atividade no início deste trimestre. As regiões do Marajó, Baixo Amazonas, metropolitana de Belém e pontos isolados no extremo sul do Pará terão precipitações acima dos padrões climatológicos. Entretanto, a temperatura permanece normal em todo o Pará.
Luis Gustavo Junior, estudante de 27 anos, acha que Belém não está preparada para o período de chuvas constantes. Ele afirma que a cidade tem déficit
no planejamento de esgoto e que ainda precisa evoluir muito. A estudante Jéssica Borges, 19 anos, já percebeu a chegada do inverno, pois é liberada da escola à tarde, quando chove mais. ‘Sempre estou resfriada porque peguei chuva’, conta.
Cerimonialista de 47 anos, Alice Machado diz que já percebeu este mês o aumento das chuvas, ‘mas o auge do inverno são as chuvas de março que ainda vão chegar’, observa, ao advertir que as chuvas em excesso geram alagamentos na periferia e no centro da cidade, devido à falta de saneamento e esgoto.
La Nina
Há quem discorde, como a consultora de eventos Keila Heloise, 30 anos. Ela alega que está chovendo todos os dias, mas está chovendo menos. ‘Não temos mais aqueles 3 dias seguidos de garoa’, explica. Segundo a consultora, que mora há 10 anos em Belém, ‘aqui existe tempo muito chuvoso e tempo menos chuvoso. Ou seja, estamos acostumados’, comenta.
Em 2011, a Região Metropolitana de Belém estava sob influência do fenômeno La Niña, o que favoreceu a ocorrência de uma estação chuvosa com índices pluviométricos acima do normal, conforme mostrado na tabela. Neste ano de 2012, o fenômeno La Niña voltou a atuar, porém com menor intensidade. De toda forma, as atuais condições oceânicas continuam favoráveis à ocorrência de chuvas anômalas, de modo que esperamos volumes mensais acima do normal para a capital durante quase todo o período de inverno amazônico de 2012.
A partir desta segunda-feira, 30, será divulgado o novo boletim atualizado, com prognóstico climático estendido até abril de 2012 e, portanto, com a revisão das informações veiculadas. (O Liberal)




